Oficina de Histórias em Quadrinhos (H.Qs) na E.M.E.F. Wenceslau Fontoura
. Planos
. Sequencias
. Roteiro
Planos são imagens fixas, como: Figura Inteira, Plano Geral, Plongée, Contré-Plongée etc.
Sequencia, é a soma de planos “amarrados” por um roteiro, no caso de vocês, o roteiro foi o ato de ir e vir à Escola. Ele pode ser constituído de, no mínimo, uma frase que dê a idéia geral daquilo que o(a) autor(a) deseja que o(a) desenhista retrate. Ou, ser muito detalhado, explicando e sugerindo os planos, descrevendo detalhes das cenas mais ou menos como uma partitura para um músico de orquestra.
A H.Q. pode ser constituída de uma até quantas páginas o grupo envolvido na produção, quiser e o dinheiro puder pagar. Nem todos os envolvidos na confecção da H.Q., precisam “saber” desenhar. Geralmente o trabalho é dividido assim:
- roteirista/escritor(a)/adaptador(a)
- desenhista (geralmente faz o story board e apenas os desenhos a lápis)
- arte finalista (geralmente é quem “cobre” o desenho com nanquin)
- colorista (dá cor ao desenho usando meios convencionais ou softwares)
- letrista (é quem executa os balões títulos e onomatopéias possíveis).
Claro que há trabalhos autorais, em que um único artista se encarrega de todas as fases da produção (à exceção da impressão, às vezes) da H.Q. cito Will Eisner autor do Spirit um dos artistas mais cultuados e mais premiados nessa área, mas ele é um caso a parte, uma vez que numa empresa que publique semanalmente seria praticamente impossível alguém trabalhar sem uma equipe.
Assim como o livro, o suporte da H.Q. é a página. O texto é uma sucessão de cenas narradas, no nosso caso elas são desenhadas. Existem várias formas narrativas: humor, suspense, mistério, policial, infantil, ficção científica, água-com-açúcar, etc.
Para nós, imagem/desenho é fundamental na construção da narrativa, é o estilo, assim como para pintores e/ou escritores, por exemplo.
Logo, dificilmente alguém que desejasse fazer uma H.Q. infantil e “pra cima”, a ilustraria com quadros sombrios e deformados (a não ser que desejasse chocar o público ou, se utilizar de “expedientes de vanguarda”, o que não é nosso caso. O exercício desses recursos requer muita prática e domínio de vários estilos). Como estamos aprendendo, e, num ambiente escolar trabalharemos didaticamente. Tentaremos favorecer o estilo de cada participante, uma vez que em cinco dias é impossível ver e/ou aprofundar a maior parte dos estilos em voga no ambiente editorial das H.Qs.
Como já pude verificar, vocês já possuem uma “assinatura imagética” e é com ela que iremos produzir e nos dedicar.
Além é claro, de começarmos a revelar possíveis talentos como futuros roteiristas, ilustradores e toda a gama de profissionais que essa arte exige. Iniciando por fanzines na escola para, quem sabe, termos novos criadores em nossas vidas e na gama cultural e artística de nossa sociedade.
Texto: Zeh Poeta
Leia também: Análise da Oficina e agradecimentos