NAVEGAR É PRECISO PROJETO LETRAMENTO DIGITAL 2013 |
EMEF VILA MONTE CRISTO SERVIÇO
DE APOIO À AÇÃO EDUCATIVA DA EQUIPE DIRETIVA –
PROJETO
LETRAMENTO DIGITAL Professora Jussara Fernandes Oleques CONTEXTO
E ESCOLHA DO PROBLEMA Tem sido observado pelos professores da Escola o fato de a SMED
de Porto Alegre não vir promovendo formação
continuada no letramento digital
com todos
os professores por escola ou
por região, como já se fez anos atrás. Os cursos e palestras que se oferecem nessa área
são de livre opção do professor, fora da
formação continuada. O maior investimento em
educação tem
de ser feito nos professores, pois eles são
imprescindíveis, a começar por
uma política
salarial atualizada, uma vez que um
professor, já muito sobrecarregado, se for atualizado e letrado
digitalmente tem mais tarefas escolares fora da Escola, no tempo de seu
descanso, sem remuneração. Por isso são tão
poucos os que se arriscam em
projetos inovadores e a Escola fará aquele uso trivial da
informática, contrariando o princípio de que as crianças e os
jovens de hoje estão imersos em uma nova cultura social que se
dá em rede. Em segundo lugar,
é necessário
investir em número suficiente de computadores para o uso
constante dos aproximados 1400 alunos de nossa escola e não
eventualmente como ocorre
hoje, numa agenda semanal por Ciclo, limitada ao número de
máquinas. Fato muito positivo em
2013 é a contratação pela SMED de um
técnico pela manhã e outro à tarde, ainda faltando
para a noite. Outro fato positivo, foi a instalação da
imagem completa nos computadores novos da Midiateca e a conexão
por fibra ótica. Apenas ocorreu um problema durante a instalação
dessa nova imagem que está dificultando o trabalho de alunos e
professores: o diretório "Publico" no servidor
em que
eram salvos, até 2012, os trabalhos das turmas com facilidade de
acesso
pelos professores na sala de estudos, no auditório e na
biblioteca, foi deletado pela Procempa que não conseguiu
configurar, sequer um similar. Um dado também
positivo na Escola
é que, hoje, todos os professores estão
incluídos digitalmente, no uso pessoal das ferramentas de rede,
embora sejam poucos, talvez pelas
razões acima mencionadas, os que as utilizem no ensino e na
aprendizagem dos alunos e esses são os professores letrados
digitalmente, a exemplo de duas pofessoras que, além de outras
redes, utilizam o ambiente virtual de aprendizagem na
educação infantil e ensino fundamental do Nuted/UFRGS.
1. Doutor
em Ciências da Educação, catedrático de
Didática e Organização
Escolar da Universidade de Sevilha Espanha)
e Diretor do Grupo de Investigação IDEA
(Innovación, Desarrollo,
Evaluación y Asesoramiento en Educación -
Inovação,
Desenvolvimento, Avaliação e Assessoria em
Educação), cuja página
na internet é http://prometeo.us.es/idea Pensando na educação em geral, e como o ensino está estruturado nas escolas, no Estado e no país em geral, a recente afirmação de Carlos Marcelo Garcia dá o que falar e o que pensar: “...Pero los cambios que se han producido en las dos últimas décadas del siglo pasado en la que llevamos en este siglo nos están cuestionando la afirmación anterior. ¿Sigue siendo la escuela la institución que lidera el cambio cultural en la sociedad? ¿O al menos el cambio educativo? Seguramente no podamos afirmar que sí. Es cierta esa frase que ya se ha convertido en un lugar común de que tenemos “escuelas del siglo XIX con docentes del siglo XX para alumnos del siglo XXI. Si la sociedad hacia la que tendemos va a ser una sociedad del conocimiento, ¿por qué tenemos la sensación de que la escuela, que es por excelencia la institución que toma al conocimiento como su principal objeto de estudio, no se encuentra bien ubicada y no está liderando estos procesos de cambio?"(1) Com estas questões em mente e a constatação de que vivemos na sociedade do conhecimento que acarreta mudanças irreversíveis em nossa cultura, trabalho e subjetividade, proponho que façamos, por aqui, um modesto trabalho porquanto minha formação é em Língua Portuguesa e Literatura, pelas ações previstas neste projeto que já se desenvolve desde 2008 com o apoio de toda a Equipe de Apoio à Ação Educativa da Escola. BASE TEÓRICA
Acredito que a inovação na escola acontecerá com o uso das novas tecnologias, mas não as avalio com deslumbramento ingênuo. Tenho consciência de que elas sozinhas não são suficientes para desencadear um processo de inovação, real interesse e aprendizagem, mesmo porque elas não são educacionais, são informacionais e comunicacionais, os professores é que devem colocar pedagogia nelas. As TICs não são panacéia para os problemas escolares: sem projetos inovadores, planejamento, objetivos claros, mudança real no paradigma metodológico, atividades focadas na aprendizagem que permitam a construção do conhecimento, formando usuários criativos e críticos destas novas ferramentas, seremos meros consumidores compulsivos reproduzindo o sistema, e as tecnologias da informação e da comunicação perdem seu valor na educação. O letramento digital não é apenas conhecimento técnico, relacionado ao uso de teclados, interfaces gráficas e programas de computador, é mais abrangente do que isso. “Letramento inclui a habilidade para construir sentido a partir de textos que mesclam palavras, elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície, o hipertexto, a capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informação disponibilizada eletronicamente, familiaridade com as "normas" que regem a comunicação com outras pessoas através do computador”.(2) Além disso Incorporar o conceito de letramento à tecnologia digital significa que, para além do domínio de como se utiliza essa tecnologia, é necessário se apropriar do quando e para quê utilizar essa tecnologia, colocando pedagogia nela. Trocando em miúdos: fazer um curso sobre um software de edição de texto, de imagem, planilha eletrônica ou html, por exemplo, nos ensina a dominar os códigos dessa linguagem, ou seja, nos alfabetiza nela somente. Mas “apenas se incorporarmos essas habilidades ao nosso fazer pedagógico é que as novas tecnologias passarão realmente a fazer sentido”. (3) Por último, destaco que ninguém detém todo o conhecimento/letramento sozinho e que não é preciso aprender tudo sobre TICs para depois começar a usá-las pedagogicamente com os estudantes: as aprendizagens vão acontecendo no processo. Além disso, todo programa ou software tem uma guia chamada “Ajuda” que pode auxiliar muito. Aprende-se ensinando e vice-versa. Na rede e nas comunidades virtuais, os professores se alimentam de novidades e de práticas de outros colegas para melhorar a sua ação de educar. A colaboração e a democratização são dois valores essenciais e comuns às redes e comunidades de aprendizagem. São valores que permitem o avanço e a disseminação do conhecimento e, portanto, estão intimamente ligados à Educação. Freire (1996) nos lembra que “aprendendo socialmente se descobre que é possível ensinar”. Historicamente, aprende-se a trabalhar maneiras, caminhos e métodos de ensino. Portanto, “ensinar inexiste sem aprender e vice-versa”. JUSTIFICATIVA
As crianças e os jovens de hoje estão imersos em uma nova cultura social que se dá em rede. Os espaços e as relações infanto-juvenis mudaram e não apenas com relação à tecnologia, também às questões sócio-econômicas, bem como seu modo de brincar, suas formas de pensar e construir sua realidade. Logo, as experiências e vivências deles estruturam-se e se desenvolvem de maneira diferente do que em outras épocas, devido às distintas expressões sociais, das novas tecnologias e dos meios de comunicação. Com o advento da internet, a comunicação e a interação, através do meio virtual, têm-se tornado cada vez mais presentes em todos os aspectos na vida das crianças e dos jovens, redimensionando, talvez, a função do seu universo imaginário. Ao professor cabe ter clareza destas mudanças e destes novos espaços educacionais, a fim de reconfigurar a sua prática pedagógica, respondendo às novas demandas da sala de aula. Precisamos despertar, nos educandos, interesse, motivação e curiosidade para que aprendam nas diversas disciplinas e áreas do conhecimento. Seguindo Manuel Moran, “alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor”. Nesta perspectiva, este projeto, pretende, buscar soluções alternativas para os problemas existentes e oferecer assessoria ao professor que ainda não se tornou letrado digitalmente de forma autônoma no uso das novas tecnologias da comunicação e da informação como estratégia pedagógica. OBJETIVOS
- Realizar movimentos junto à SMED e à Procempa para solução de problemas existentes na área da informática na Escola, inclusive a construção de um segundo laboratório de informática para atender ao elevado número de alunos; - Assessorar os professores, na medida da disponibilidade de tempo dos mesmos, em suas dúvidas pontuais ou coletivas, em sua disciplina ou área de atuação no que se refere ao uso das TICs com suas turnas de alunos; - Publicar projetos e trabalhos realizados nas diversas disciplinas em turmas de I, II, III Ciclo e EJA no site oficial, no blog portefólio da Escola, nos blogs coletivos ou de turma e Ciclo; - Auxiliar e publicar, no site da Escola, projetos e trabalhos realizados nos diversos serviços ou setores da Escola; - Informar os professores através do blog letramento digital, sobre: uso pedagógico do blog, do e-mail, do chat, do celular, do podcast, das páginas wik, da webquest, dos vídeos do youtube, informar sobre a importância das comunidades virtuais de aprendizagem; ensinar passo a passo como criar grupos de turmas no Facebook nas áreas ou disciplinas, etc; distinguir entre melhoria do ensino e inovação conservadora; destacar a necessidade da interação nas redes sociais (professor/aluno, aluno/professor, aluno/aluno e todos eles com outras pessoas fora da comunidade escolar, para fazer circular o conhecimento e assim aprenderem realmente em colaboração); - Promover
alfabetização digital com algum professor que dela
ainda necessite nos seguintes programas e softwares (livres e
proprietários): processadores de
texto e de apresentação,
planilha eletrônica,
processadores de html, office Desenho, office
Apresentação, criação de blogs individuais
e
coletivos, processadores de vídeos e
fotovídeos, processadores de imagem como o Picasa, o Gimp (que
eu sei quase nada), entre
outros
que nos forem solicitados.
ATIVIDADES
- Pesquisa e sugestões aos professores com relação ao uso inovador da tecnologia informática com os alunos, indicação de endereços online que ofereçam suporte ao letramento digital dos professores, publicação de encontros realizados com pequenos grupos de professores, etc, através do blog portefólio do Letramento Digital; - Encontros de letramento digital com o coletivos de professores que atuam nos Ciclos, I, II ou III e na EJA, planejado com a equipe diretiva da Escola pelo menos uma vez no ano letivo; - Encontros de letramento digital com pequenos grupos de professores, na sua hora-atividade, com interesse específico comum, que atuem na mesma área ou disciplina e ou que tenham disponibilidade de tempo para tal, tanto no Ciclo quanto na EJA; - Encontros virtuais, em sala de chat fechada, agendados primeiramente com pequenos grupos de professores, depois com grupos maiores, discutindo temas pertinentes ao letramento digital (Ainda não conseguimos realizar essa atividade nem usar a sala do portal da SMED, bloqueada); - Assessoria individual ou em duplas por solicitação do professor, com minutos reservados na Agenda para assessoria no uso da TIC, arranjo de tempo mínimo, único que vem sendo bem sucedido; - Assessoria aos professores dos diferentes serviços de apoio à Ação Educativa da Equipe Diretiva: Biblioteca, Laboratório de Aprendizagem de Português, Laboratório de Aprendizagem de Matemática, Secretaria, SIR, Nutrição Escolar, Clube de Leitura e Coordenação Cultural; - Abertura de uma página da EMEF Monte Cristo no Facebook especialmente para professores, alunos, ex-profesores, ex-alunos, profesores em geral, pessoas e ou intituições que possam contribuir com o ensino e a educação em geral; - Comunicação online com professores e alunos através da “embrionária” mas promissora rede de blogues que começa a se formar na Monte Cristo: comentários e trocas de conhecimento nos blogs de alunos e professores, o que não ocorre efetivamente, nos e-mails de alunos e professores, nos twitters, msn e facebook de professores e estagiários (até 2012 só conseguimos comunicação, bem restrita, em alguns dos blogs e bem mais no Facebook da Montecristo); - Paralelamente a essas atividades permanece minha função nas atividades de atualizar e alimentar continuamente o site oficial da Escola e seu blog portefólio anual, além do acompanhamento e ou administração da rede de blogs das áreas, turmas, Ciclos e disciplinas. CRONOGRAMA
É prevista a duração de um ano letivo para a execução desse projeto, em que se prevê, se necessário, a escrita de subprojetos para sua devida complementação, conforme o avanço dos professores em seu letramento tecnológico. Meu trabalho efetivo na Escola é de 20h, em reduzidos dois dias da semana, o tempo dos encontros individuais vai de alguns minutos a dois períodos de aula. Entendemos que a demanda exige mais 20h semanais. AVALIAÇÃO
Será feita, como em anos anteriores, pelo coletivo de professores durante a avaliação geral da Escola e serviços de apoio, pelas coordenações e em ficha de avaliação dos encontros realizados. Notas 2. Marcelo Buzato - Unicamp 3. Letramento Digital. www.educarede.org.br WEB E BIBLIOGRAFIA http://www.letradigitalevmc.blogspot.com/
http://comunidadevirtualevmc.blogspot.com/ http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/index.htm http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/smed/inclusaodigital/fixo.htm http://evmc2013.blogspot.com.br/ http://professordigital.wordpress.com/ - Profeessor digital - prof. José Carlos Antônio http://moran10.blogspot.com/ - blog do prof. José Moran http://www.eca.usp.br/prof/moran/ - textos utilizados e publicações de José Moran http://prometeo.us.es/idea - La escuela: lugar de la innovación - Carlos Marcelo García http://epaa.asu.edu/epaa/v10n35/ - Aprender a Enseñar Para La Sociedad del Conocimiento - Carlos Marcelo García, Universidad de Sevilla http://redesocial.unifreire.org/ead/blog http://congreso.educared.net/web/guest/escuela FREIRE,
Paulo. Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. |