Alguns Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros[1]

 

Ø      Energia Vital: Axé

Tudo que é vivo e que existe, tem Axé, tem energia vital: Planta, água, pedra, gente, bicho, ar, tempo, tudo é sagrado e está em interação.

Podemos trabalhar a potencialização deste princípio nas nossas crianças e adolescentes, se nosso olhar, nosso coração, nosso corpo senti-las verdadeiramente assim.

Elogios, um afago, brincadeiras, nas quais elas se sintam as mais belas estrelas do mundo, as mais belas flores, alguém que cuida, alguém que é  cuidada(o).

 

Ø      Oralidade:

Nossa expressão oral é carregada de sentido, de marcas de nossa existência. Faça de cada uma de suas alunas e alunos contadoras(es) de histórias, compartilhadoras(es) de saberes, memórias, desejos...

Falar e ouvir podem ser libertadores!

 

Ø      Circularidade:

A roda tem um significado muito grande, é um valor civilizatório afro-brasileiro, pois aponta para o movimento, a renovação, não tem início nem fim, o processo da coletividade, todas as pessoas podem se ver e transmitir energia positiva.

 

Ø      Corporeidade:

O corpo é muito importante, na medida em que vivemos com ele, existimos, somos no mundo.

 É importante valorizarmos os nossos corpos e de nossas crianças e adolescentes como possibilidades de construções, produções de saberes e conhecimentos coletivos e compartilhados.

 

Ø      Musicalidade:

A música é um dos aspectos afro-brasileiros mais emblemáticos. Um povo que não vive sem dançar, sem cantar, sem sorrir e que constitui a brasilidade com a marca do gosto pelo som, pelo batuque, pela música, pela dança.

Portanto, mãos à obra, som na caixa e muita música, muito som, mas não os “enlatados”, as músicas estereotipadas. Vamos ouvir músicas que falem de nossa cultura, que desenvolvam nossos sentidos.

Que tal investirmos neste caminho?

 

Ø      Ludicidade:

A alegria, o gosto pelo riso e pela diversão, a celebração da vida. Portanto, muita brincadeira, muito brilho no olho, muito riso, muito Axé...

 

Ø      Cooperatividade:

A cultura negra, a cultura afro-brasileira, é a cultura do plural, do coletivo, da cooperação. Não sobreviveríamos se não tivéssemos a capacidade da cooperação, de se ocupar com o outro.

   

Um pouco de nossa História...

A Escola Municipal Mário Quintana, busca  construir um Projeto Político Pedagógico alternativo, recheado de desejo e compromisso com o ato de aprender e ensinar.

Nestes 7 anos de existência, vem a cada ano crescendo em sua prática cotidiana, entendendo que o conhecimento é uma das ferramentas de transformação social e desta forma contribui na emancipação das pessoas, e cada pessoa está inserida num espaço e num tempo, e todas trazem sua bagagem histórica que deve ser respeitada e reconhecida na escola.

Buscamos a construção de uma escola pluricultural e multiétnica.

Buscamos práticas efetivas que promovam a igualdade de oportunidades independente do gênero, raça/etnia, orientação sexual, classe social e outras diversidades.

   

Tribo MOJÚODARA!

BELO SABER!

 Professoras – Ângela, Gabriela, Gisele, Helena, Lisiane, Marta, Nilcéia e Silvana.

Estamos construindo um almanaque pedagógico, de forma coletiva, dividindo tarefas, fazendo pesquisas, buscando informações, para que muitas pessoas da escola, da comunidade, da cidade e quem sabe de outros lugares, possam estar qualificando seu fazer pedagógico. Ajudar na implementação da lei 10.639/2003 é tarefa de todas(os)!

   

Projeto CORESS

(Cidadania – Ousadia – Respeito – Expressão – Sexualidades – Solidariedade)

 Projeto que acontece em turno inverso às aulas, enquanto espaço alternativo, onde crianças e adolescentes podem conversar, criar, brincar, dançar, enfim, construir e reconstruir conceitos que contribuam na qualificação de sua auto-estima, autonomia e protagonismo.

Eixos principais;

Ø      Direitos Sexuais e Reprodutivos;

Ø      Valorização das cultura  e dos saberes;

Ø      Espaço de solidariedade;

Ø      Afro-dança

   

Afro-Dança MOJUBÁ!

   

Nome do grupo: Afro Dança Mojubá

Procedência: Escola Municipal de Ensino Fundamental Mário Quintana - Vila Castelo - Restinga

Número de participantes: 36 alunas e alunos, 1 funcionária e 2 educadoras

Responsáveis: Ariane Meireles e Silvana Conti

Coreografia: Pérola Negra, preciosa negritude

Música: Ylê Pérola Negra - intérprete Daniela Mercury

Duração: 15 minutos

Sinopse:

O grupo Afro Dança Mojubá se formou em 2006 na perspectiva de utilizar os valores civilizatórios afro-brasileiros na formação cidadã das(os) estudantes e funcionárias(os) da EMEF Mário Quintana. A população majoritária da Vila Castelo, Restinga, onde se localiza a escola, é negra e, não por acaso, vulnerável socialmente. Associada a esta questão, está a dificuldade de internalizar o pertencimento racial negro frente ao modelo eurocêntrico de educação e sociedade onde cada jovem está inserido(a).

 Considerando estes fatos, a equipe diretiva da EMEF Mário Quintana priorizou os estudos das africanidades como possibilidade concreta de alterar as relações raciais na comunidade, com o objetivo de construir cidadãs e cidadãos fortes e de auto-estima consolidada, tendo a dança afro-brasileira como principal metodologia neste processo.

A dança afro-brasileira, uma das expressões mais significativas da cultura negra brasileira, se origina das danças e histórias dos Orixás, deusas e deuses do panteão africano. Estes Orixás são as manifestações vivas da natureza, em que, por exemplo, Oxum domina as águas doces como os rios e cachoeiras e Xangô, as pedreiras, trovões e tempestades. Dançar os Orixás, então, passa a ser uma prática de respeito à natureza, além de diversos outros valores que a civilização africana traz no seu bojo.

 

O nome – Afro Dança Mojubá – se origina dos seguintes significados:

Afro Dança: a negritude, o “ser afro”, é uma referência que antecede a prática da dança

Mojubá: saudação dirigida às divindades negras, a todos os Orixás, sob forma de reverência.

 

A dança afro praticada no Afro Dança Mojubá extrapola o exercício corporal: nela, cada participante aprende a reconhecer-se como negra, negro ou afro-descendente, importante atitude política. O exercício da autonomia, do respeito mútuo, da criatividade e da solidariedade estão presentes a cada encontro, a cada apresentação pública e no dia-a-dia de cada participante do grupo.  

Contatos:

arianemeireles@hotmail.com tel. 9642 1194

silvana_conti1@hotmail.com  tel. 9958 3202

EMEF Mário Quintana : 3250 5021

 


[1]              Retirados do texto: Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros na Educação Infantil. Azoilda Loretto da Trindade – Projeto: A Cor da Cultura