BAIRRO PASSO DAS PEDRAS
texto da Profa. Daisy Sehna
ORIGEM DO NOME |
A origem do nome Passo das Pedras diz respeito a
fatores naturais. O ter mo Passo refere-se a caminhos de passagem sobre
cursor d'água |
PROCESSO DE OCUPAÇÃO |
Com o aumento populacional da cidade, derivado do
êxodo rural, cresceu o número de
trabalhadores e desempregados
Em 1952, uma lei municipal criou o Departamento Municipal da Casa
Popular (DMCP), que tinha como objetivos atuar na construção de vilas
residenciais para a população de baixa renda, na manutenção destes
locais e oferecer às famílias serviço de assistência social.
Foi neste contexto que surgiu o loteamento Passo das Pedras, que
também era chamado de Vila Meneghetti, por ter sido implantado durante
o segundo governo de Ildo Meneghetti.
Nas décadas de 50 e 60 do séc. XX, inúmeras famílias foram
deslocadas das áreas mais centrais e do corredor industrial Passo
D’Areia para ocupação da área em dois loteamentos: o Ingá (de
iniciativa particular) e o Passo das Pedras (de iniciativa pública).
O loteamento não tinha nenhuma infra-estrutura e foi melhorando a
medida que a comunidade se organizava. Fundaram o Clube de Mães e
o DMCP criou um núcleo da Legião Brasileira
de Assistência (LBA), onde hoje se localiza o Posto de Saúde.
Um fato importante para a articulação dos moradores foi a criação
da Escola Presidente Vargas inaugurada em 1958, durante a gestão do
prefeito Leonel Brizola. A fundação da Escola Pepita de Leão no
inicio dos anos 60 iria auxiliar ainda mais a organização da
comunidade.
Outro elemento importante na organização da comunidade foi a
religião, tendo como predominância naquela época a Igreja Católica
na figura do padre Hugo Cardoso e na presença do grupo de religiosas da
Obra Social Imaculado Coração de Maria (OSICOM).
Em 1963, foi fundada a Associação dos Moradores e Amigos do
Passo das Pedras (AMAPP) que passou a manter uma estreita relação com
o poder publico, conquistando melhorias para o bairro. A demanda da água
foi o ponto de partida.
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A CAIXA D'AGUA |
Nos tempos em que não havia água encanada, a Prefeitura
abastecia a comunidade sem certa regularidade.
A primeira conquista foi a água encanada, que só se tornou possível
em 1966, com a construção da caixa d’água na esquina da Rua Ana
Aurora com a Gomes Carneiro (ao lado da Escola Presidente Vargas), que
serviu como referencia para a comunidade durante longo tempo.
Mais do que um reservatório, essa caixa era o símbolo maior da
luta dos moradores pelo fornecimento de água. Durante a década de 80
sua base serviu como sede do Clube de Mães 13 de Maio e para o Centro
Recreativo 13 de Maio. No ano de 1999, ela foi demolida e representou
para alguns moradores “a perda de um patrimônio da vila”.
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VILA OPERARIA |
No final da década de
A população da Vila Operaria desde o inicio da ocupação
sofria com falta de infra-estrutura básica como água, esgoto e iluminação.
A água foi fornecida aos moradores por um cano que vinha da Rua Sebastião
Barreto, que também fornecia luz de forma clandestina.
A rede elétrica só foi instalada pela CEEE depois de 20 anos do
início da ocupação, quando os moradores se uniram na busca de solução
para o problema.
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DECADA DE 70: A URBANIZAÇÃO |
Durante a administração do prefeito Guilherme Sócias Villela (1975-1979) foram executadas as obras de implantação da rede de esgoto pluvial, a construção do Centro Esportivo Recreativo Correio do Povo, o aterro de áreas, plantio de árvores e complementação da pavimentação e passeios. No final da década de 70, o bairro aparece classificado como área urbenizada nos relatórios do DEMHAB (Departamento Municipal de Habitação).
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DE VILA PARA JARDIM |
Em 1984, o Passo das Pedras muda o status de vila para Jardim Passo das Pedras. Dentre a exposição de motivos estão: a infra-estrutura, com 97% de vias calcadas e arborizadas, água e luz em toda a comunidade, 95% de esgoto cloacal, 7 telefones públicos e uma linha de ônibus exclusiva da comunidade. |
SURGE O PASSO DAS PEDRAS II |
Nos
anos 80, o DEMHAB adquiriu uma área conhecida pelo nome de Passo das
Pedras II e, informalmente, por Metralhadora, devido ao seu formato. A
vila foi ocupada através de invasão e uma parcela foi reassentada pelo
próprio DEMHAB.
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Vila
Jardim Vitória (Dez de Maio) Em
1989, famílias que haviam invadido a Praça Três
do Jardim Leopoldina foram reassentadas no cabo da Metralhadora (Rua
Jardim Vitória e Avenida 10 de Maio), dando origem a Vila Jardim Vitória,
também denominada Dez de Maio. A luta pela regularização do loteamento se deu a partir da Sociedade Comunitária de Habitação Popular Dez de Maio. No ultimo dia do mandato do prefeito Alceu Collares, foi doada para a Associação uma área do Passo das Pedras
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O BAIRRO PASSO DAS PEDRAS NO SÉCULO XXI |
O bairro Passo das Pedras chega ao início do século XXI ainda como um
bairro não
oficial de Porto Alegre. Apesar dos benefícios conquistados, não se
deu sem perdas. Talvez a maior prova disso seja a mudança na relação
que a comunidade mantinha com o arroio que serviu de inspiração para o
nome do bairro.
No planejamento público e privado dos loteamentos são previstos a utilização dos canais naturais de água para descarga da rede de esgoto. Outro fator que prejudica a qualidade da água do arroio: o depósito de lixo. A poluição das águas e a presença crescente de zoonoses vão conferindo uma nova denominação ao arroio valão.
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