10 - O TORCEDOR

crônica de Carlos Drummond de Andrade

Após a leitura deste texto, o aluno deveria imaginar-se em uma situação de torcedor

-antes, durante ou após o jogo; na torcida adversária...

 

Vou fazer o quê?

Júnior Anzolin, C31

 

        Eu estava saindo de casa para ir no jogo de futebol no Olímpico, era Cruzeiro e Grêmio. Fiquei horas e horas na fila para ver o jogo. Entrei no estádio, na torcida do Cruzeiro. Achei meu lugar, me sentei e esperei o jogo começar. Fiquei conversando com outros torcedores. Então, o jogo começa e e eu e o resto da torcida do Cruzeiro começamos a vibrar. Aos quinze minutos de jogo, o Cruzeiro faz um gol e a torcida vai à loucura. Aos quarenta e cinco minutos de jogo, o Grêmio fez um gol. Eu e a torcida ficamos abalados com o empate.

        Terminou o primeiro tempo, os jogadores se retiraram de campo, e eu fiquei conversando com os outros torcedores. Quando começou o segundo tempo, é aquela coisa, os dois times querendo fazer gol, mas ninguém consegue. Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo, o Grêmio fez outro gol, a torcida se decepcionou e começou a ir embora.

        Fiquei até o final do jogo. O jogo terminou e eu triste com a derrota, saí do estádio, tirei a minha camiseta do Cruzeiro e joguei no lixo.

       Fui caminhando pela rua, triste com a derrota e com fome, resolvi parar numa CIA de Xis para comer alguma coisa. Pedi algo para comer e dali um pouco um grupo de torcedores do Grêmio entra para comer também. Um deles me perguntou de que time eu era. Eu pensei bem antes de responder, e falei "Sou gremista". Ele falou:"Então se junte a nós e vamos comemorar". Juntei-me a eles e ficamos comemorando.

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A Copa do Mundo

Paola Conceição, C22

       

        Era um dia muito bonito em que o Brasil x Espanha iriam jogar. Eu iria torcer para o Brasil, é claro! Mas indo para o estádio a minha prima que é de origem espanhola pediu para torcer para a Espanha.

        Eu fiquei meio assim. Ela falou que eu podia ficar quieta sem torcer para ninguém.

        Eu então disse:

        _Sim, mas quando o Brasil fizer gol, eu não vou me agüentar!

        Ela disse que não era para eu levantar quando o Brasil fizesse gol.

        _Tu não te levanta!

        Chegando lá, no primeiro tempo o Brasil fez um gol e eu me agüentei, mas no segundo gol, eu me levantei, e a minha prima me puxou para sentar e disse:

        _Não faz mais isso!

        _Tá mas não vou torcer para time que não seja o Brasil!

 

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Troquei de lado

Kathlein Melo, C23

 

        Até o ano passado eu era gremista, até que em um jogo do Internacional, virei colorada.

        Teve um jogo do Grêmio x Internacional e meu pai não foi. Ele também é colorado, mas só foi a minha irmã que é gremista e minha amiga que também é. Eu fui junto com elas e tive de ficar bem quietinha e fingir que eu era fanática pelo Grêmio.

        Depois do jogo, fui para casa e meu pai quis me 'matar' porque eu fiquei na torcida do Grêmio.

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O dia em que virei gremista de verdade

Denis Jaques, C32

 

        Com sete anos sempre via meu pai torcer pelo Grêmio, torcia também, mas nem sabia direito o que era torcer. Meu pai sempre afirmava que eu era gremista e eu não dava nem bola, não sentia nada por aquele time.

        Até que um dia, ele me levou ao estádio. Fomos, ele, meu tio, dois primos meus e eu. O engraçado era que meu tio era colorado. O jogo era à noite, Grêmio x Guarani. Eu acho que o jogo foi dois a zero, pois vi meu tio se levantar como todas as pessoas lá presentes, e foi uma gritaria infernal.

Me apaixonei, agora sim, eu era gremista.

        No final do jogo, começou a chover um baita temporal e vi que meu pai estava brabo e falou:

        _Que chuva de merda!

        Chegamos em casa todos molhados e de madrugada porque o ônibus demorou a passar, e eu nunca esqueci aquele dia em que passei a amar o clube.

        Ainda bem que eu não fui no jogo do Inter, já pensou só poder comemorar campeonatos gaúchos?

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