Apresentação
"Minha fé em todas as coisas do futuro se afirma no presente. E declaro, por muito que se saiba, que a poesiaéindstrutível". Pablo Neruda |
Esta
terceira
publicação é o resultado do investimento ao longo
de três anos de Oficina de Leitura e Produção
Textual na Escola Municipal de Ensino Fundamental Gabriel Obino.
Para tanto foram organizadas turmas para os Ciclos B e C, bem como para
as totalidades do SEJA. O trabalho na oficina proporcionou-me, como sempre tem acontecido, refletir um pouco mais sobre o papel do professor (o meu) e da escola nesta interminável tarefa de colaborarmos na formação de alunos leitores, críticos, autônomos. É evidente que este trabalho pode e deve ser desenvolvido na sala de aula, mas quanto mais espaços destinados a este fim, mais deveremos nos aproximar deste pretensioso objetivo, penso eu. Mas o que seria do mundo se não tivéssemos pretensões, sonhos? Se tão pouco nos desenvolvemos em bom senso, humanidade, se não ousássemos, estaríamos ainda com as concepções, os valores da pré-história. Certamente nossa realidade desigual nos permite afirmar que convivemos com diferentes concepções de diversos períodos históricos. Por essa razão, não podemos dizer que este por ser o terceiro livro, necessariamente será melhor, terá as suas particularidades, a exemplo do coletivo que o elaborou. No nosso país não é simples nem fácil transformarmos a leitura em hábito. Penso até que esta não seja uma dificuldade exclusiva dos países de terceiro mundo, como o nosso, mas dos países que têm uma mídia de baixa qualidade preenchendo os nossos espaços de lazer. Por essa razão, a mídia, também está presente nas nossas oficinas, através de filmes, personagens. Temos de enfrentá-los, problematizando-os aproximando-os da realidade que se vive, bem como da que se pretende construir. Penso que além de ser um espaço em que se efetiva a leitura e a esscrita, a oficina tem se constituído em lugar de troca de idéias, de questionamentos, de procurar saber coisas que em outros lugares não seria possível, um lugar fundamntalmente de respeito e de atenção à dgnidade própria e à alheia. Por que digo isto? Simplesmente para justificar a presença assídua de alguns (poucos) que confessavam estar ali, mas detestavam ler. No início ficava intrigada, até chateada, mas pensando o espaço da oficina havia se tornado mais amplo, além do que eu pretendia, e fiquei contente de novo. |