LEGADO ECONÔMICO DAS MISSÕES |
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Ao analisarmos a economia gaúcha na
atualidade podemos dizer que
a vocação do estado voltada para a agroindústria
teve suas origens nas missões. Nas Reduções eram
desenvolvidas atividades como agricultura, pecuária,
carpintaria, marcenaria, pintura e escultura.
As
Reduções, fundadas em 1610 em diante,
iniciaram logo a criação do gado vacum, tanto para
abastecimento de carne como para o cultivo da roça, onde o
trabalho do boi era indispensável.
A criação
de
gado vacum, eqüino e lanígero era feito em separado para
facilitar o trabalho e evitar distúrbios (cavalos xucros seriam
um perigo para ovelhas e vacas prenhas).
A pecuária
foi de capital importância para os
índios missioneiros. Mesmo em tempos de fartura agrícola,
a carne era o alimento principal: em épocas de colheitas
escassas, subia até a metada da ração ou mais.
Difícil, pois, para não dizer impossível, o
sustento das reduções, sem abundância da carne
bovina. Podemos afirmar que o hábito do consumo de carne, legado
das reduções permanece até hoje entre nós
através do churrasco, herdado do fogo de chão praticado
pelos índios missioneiros.
Após o abandono das Reduções pelos
índios, fica o boi que reproduzia-se livremente pelos
campos da região platina e moldou a vida de toda a região
nos séculos seguintes.
A carne torna-se o principal valor e a estância
torna-se o centro de uma estrutura econômica, o chamado regime
pastoril, baseado na criação extensiva em grandes
propriedades. Embora as primeiras charqueadas datem de 1732, em outros
territórios rio-grandenses, nenhum oferecia
condições tão atraentes como a região de
Pelotas. Até ali podiam chegar os rebanhos de todos os
quadrantes da Campanha, da Planície Oriental e mesmo das
regiões mais distantes como as áreas serranas. Daí derivou-se o charque, importante
para a nossa economia através das charqueadas. O couro como
derivado e hoje matéria-prima de uma indústria
fundamental para o estado. A fabricação de artefatos de
couro e principalmente sapato com a vinda dos sapateiros alemães
no Vale dos Sinos é de importância muito grande nos dias
de hoje. A introdução das videiras pelos jesuítas, também nos dias de hoje é retomada na região da campanha pela introdução deste plantio, esquecido no decorrer dos séculos pela importância dada ao gado.
Na redução de São João
Batista, além das demais atividades, destacou-se a
fundição de ferro que foi a primeira da América
Latina. O ferro era obtido da pedra itacuru abundante na região
e rica desse minério. Esta atividade foi introduzida pelo padre
Sepp. Os índios confeccionavam instrumentos musicais para a sua orquestra, assim como sinos,
utensílios domésticos e ferramentas agrícolas.
Atualmente as Reduções
Jesuítico-Guarani são pontos turísticos que atraem
visitantes do mundo todo. Sem dúvida é a chamada
indústria sem chaminés que impulsiona o ramo de
serviços turísticos e de infra-estrutura
necessários a esta atividade, gerando renda e empregos.
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