O
Índio no Rio Grande do Sul
Escavações arqueológicas
realizadas no litoral
demonstram que a ocupação indígena no Rio Grande
começou por volta de 500 A. A. e continuou até depois
da ocupação portuguesa, em 1737. Pelos documentos da
época, sabe-se que, ao tempo da fundação do Rio
Grande, os indígenas que dominavam a bacia da Lagoa Mirim eram
chamados Minuano.
No
século XVIII, o Governo português promoveu três
aldeamentos indígenas, a Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos
(Gravataí), a Aldeia de São Nicolau em Rio Pardo e a
Aldeia de São Nicolau em Cachoeira. Porém, o que a
história não conta, é que, o primeiro
aldeamento promovido pelos portugueses foi a Aldeia de Nossa Senhora
da Conceição do Estreito, no interior do atual
município de São José do Norte. A aldeia fundada
em 1753 com índios tape, funcionou até a invasão
do Rio Grande pelos espanhóis em 1763.
Os
tape vagueavam pelas estâncias e pela vila do Rio Grande, sendo
também denominados índios “chimarrões”, isto
é, sem paradeiro certo. Eram indolentes, viviam à custa
dos portugueses, por isso o Governo resolveu aldeá-los nas
proximidades da vila. Poucos dias depois da fundação da
aldeia, o governador Pascoal de Azevedo mandou que entregassem aos
índios, cavalos para serem amansados.
A
Aldeia do Estreito denominou-se inicialmente Nossa Senhora das
Candeias, passando depois para Nossa Senhora da
Conceição.
A Aldeia do Estreito dos índios tape, funcionou dez anos. Em
1763, com a invasão da vila do Rio Grande pelos
espanhóis,
parte da população rio-grandina se refugiou na aldeia,
para onde foi transferida também, a sede da freguesia. A
partir de então a localidade não foi mais aldeia de
indígenas, mas povoação portuguesa.
Cultura
A
arte se mistura a vida cotidiana. A pintura corporal, por exemplo,
é
um meio de distinguir os grupos em que uma sociedade indígena
se divide, como pode ser utilizada como enfeite. A tinta vermelha
é
extraída do urucum e a azul, quase negro, do jenipapo. Para a
cor branca, os índios utilizam o calcário. Os trabalhos
feitos com penas e plumas de pássaros constituem a arte
plumária indígena.
Alguns índios realizam
trabalhos em madeira. A pintura e o
desenho indígena estão sempre ligados à
cerâmica
e a cestaria. Os cestos são comuns em todas as tribos,
variando a forma e o tipo de palha de que são feitos.
Geralmente, os índios associam a música instrumental ao
canto e a dança, uma atividade muito séria, uma
cerimônia grupal de sentido mágico/religioso, um rito
que permiti entender-se com as forças sobrenaturais, ou uma
espécie de ensaio geral simbólico para a guerra.
Os
índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais
oferecidos pelo meio ambiente com a ajudo de processos rudimentares.
Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os
instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence
a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio
sustento.
Foi
do índio que o gaúcho herdou e transformou o
hábito
salutar do chimarrão em uma autêntica
tradição
do sul, símbolo de sua hospitalidade.
Culinária
Dos
indígenas recebemos, principalmente do índio tupi, dois
elementos nativos que passariam a integrar a dieta do brasileiro: a
mandioca e o palmito.
No
Brasil indígena, bem antes da chegada dos portugueses, já
se conheciam inúmeros produtos cultivados para a
alimentação,
para produção de bebidas e condimentos, entre eles o
milho, a mandioca (para fazer farinha) e o aipim.
Diversas frutas eram
utilizadas na alimentação e
preparo de bebidas como o cajú (que era a base da bebida
alucinógena conhecida como Cauim), além da caça,
pesca, sem dúvidas, uma das maiores contribuições
indígenas na nossa alimentação, foram os
produtos derivados da mandioca.
disponível
em<http://www.fearg.com.br/site/?n_link=etnia_indios> Acesso em
setembro 2009. |