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Conto Alemão
Era uma vez um rei que viveu no tempo em que todos os desejos se realizavam. Ele tinha filhas muito bonitas, mas a mais jovem era a mais linda e todas. Ao lado do castelo havia um bosque que, além de árvores enormes, tinha também uma lagoa. A princesinha gostava de ir brincar naquele bosque. Sentava e ficava jogando pro alto o seu brinquedo preferido: uma bola. Jogava e agarrava, jogava e agarrava. E foi numa dessas jogadas que a bola de ouro foi muito alta e, quando desceu, caiu no chão. A menina não conseguiu pegá-la e a bola foi rolando, rolando, e caiu dentro da lagoa. Na beira d’agua ela viu a bola desaparecendo e viu também como a lagoa era profunda. Não dava nem para ver o fundo. Triste, ela começou a chorar. No começo bem fraquinho, até que chorava alto e mais alto e forte. Estava certa de que nunca mais veria a sua bola de ouro. Até que ouviu alguém perguntar: - Oi, princesa. Por que estás chorando tanto? A princesinha olhou para a água e viu que quem falava com ela era um sapo. Um sapo feioso e cabeçudo. - Ah, sapo. És tu. Estou chorando porque a minha bola de ouro caiu na lagoa. Não precisa chorar. Eu busco ela pra ti. Mas o que tu me darás em troca? A menina ficou feliz e respondeu sem pensar.: - Ai sapinho, dou para ti o que quiseres. Minhas roupas, minhas pérolas, minhas jóias e até a coroa de ouro que eu levo. Então o sapo falou: - Olha. Eu não quero tuas roupas, pérolas e jóias. Muito menos tua coroa de ouro. Só quero ser teu companheiro e ficar sempre contigo. Sentar ao teu lado na mesa, comer no teu prato de ouro. Beber no teu copo e até dormir em tua cama! Promete?Se tu prometeres eu busco a bola. - Ai! Claro, claro! Eu prometo, prometo e prometo. Mas, enquanto prometia, cruzava os dedos e pensava: “ Que idiota, que mongolão. A única coisa que ele sabe fazer é aquele barulho chato, UEBER, UEBER! e ficar dentro d’água”. O sapo acreditou na promessa e mergulhou lá no fundo Dois minutos depois apareceu com a bola de ouro na boca. A princesinha, feliz da vida, pegou a bola e saiu correndo. O sapo gritou: - Me espera! Me espera! Tu tens que me levar... eu não consigo correr tão rápido quanto tu. Mas que nada, a menina nem deu bola. Correu pra casa e esqueceu da promessa. E o coitado do sapo voltou para a lagoa. Porém, no dia seguinte, na hora do almoço com o rei e toda a corte, a princesa estava comendo em seu pratinho de ouro, quando ouviu: - Princesinha! Abre a porta! Curiosa para ver quem estava lá fora, ela correu, abriu a porta e deu de cara com o sapo. Lembrou da bola na lagoa, da promessa, bateu a porta e saiu correndo. Voltou pra mesa com o coração saindo pela boca e os olhos muito arregalados. O rei perguntou: - Filha, o que aconteceu? Por acaso lá fora tem um gigante que quer te comer? - Não, pai. Gigante não tem. Tem um sapo... - E o que o sapo quer contigo? Então a menina contou sobre a bola na lagoa e a promessa. E disse que que nunca imaginou que o sapo sairia da lagoa. O sapo gritou mais uma vez: - Princesinha, uuuu!!! Abre a porta princesinha! Lembra da promessa? - Eu cruzei os dedos, a promessa não valeu! Mas o rei, que estava ao lado e ouviu tudo, disse: - Filha, deves cumprir a tua promessa. Não importam os dedos, tu prometeste. Abre a porta, deixe-o entrar. Daremos tudo de bom e do melhor para ele. Ela abriu a porta e o sapo deu um salto bem grande e chegou na mesa. A menina sentou e ele disse: - Me põe na cadeira! Mas ela fingiu que não ouviu. No entanto o rei disse que promessa era promessa. Quando estava na cadeira pediu o prato de ouro, depois pediu o copo. Quando terminou falou, batendo na barriga: - Comi bem, bebi bem. Agora quero dormir bem. Me leva para a tua cama de cetim? Vamos dormir. A menina começou a chorar. Ela não gostava nada, nada, da idéia de um sapo dormindo em sua preciosa e cheirosa cama. Então o rei, já bravo, disse: - Agora não vá deixar com problemas aquele que te ajudou quando tu tinhas problemas! Então ela pegou o maldito e nojento sapo, foi pro seu quarto, deixou ele num canto e foi dormir em sua cama macia. O sapo foi se arrastando até a cama e disse: - Eu também estou cansado, quero deitar contigo. Me põe na cama senão conto pro teu pai! - Cala boca, seu bicho nojento! – e ficou tão brava, mas tão brava, que pegou o sapo pela perna, girou no ar e atirou na parede. Porém, levou um susto quando o sapo caiu no chão, era um príncipe. Um lindo príncipe. Ela correu para socorrê-lo e ouviu o que ele disse: - Venho de um reino distante. Por desejo do teu pai e do meu deverei ser teu marido. Mas uma bruxa me enfeitiçou e você era a única que podia quebrar o feitiço. Amanhã cedo nós seguiremos até minha terra e lá nos casaremos. Muito feliz, a princesa aceitou a proposta e no dia seguinte eles partiram pra começar uma nova história.
Giana Lorenzini |