Coleção dos textos de diversos autores, destacados conforme meu tempo psicológico



(maio/2011)

Clarice... novamente!
“Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

Clarice Lispector

 (25.03.2010)

"Não são os mais aptos nem os mais inteligentes os que sobrevivem, mas os que se adaptam melhor às mudanças".
Charles Darwin

(05.01.2010)

"Normalmente identificamos a “morte das utopias” como a queda do muro de Berlim em 1989: a morte da justiça social plena. Em 2008, outra imagem surgirá no cenário mundial como exemplo de “morte das utopias”: a crise da sociedade baseada no consumo e no mercado como fim de uma história que teria encontrado seu modelo último de aperfeiçoamento no capitalismo pleno.

Mas as utopias só não construíram fantasmas coletivos. Outros fantasmas, com nomes próprios, vieram à noite visitar os sonhos e pesadelos dos indivíduos em suas pequenas vidas comuns. E o que faz o indivíduo sozinho, à noite, no seu quarto, diante desses fantasmas? Para além dos grandes processos políticos e sociais, o que significou, em nosso cotidiano, vivermos sob a tutela de um projeto de perfeição? Como cada um de nós, na solidão da vida e de suas pequenas decisões que formam a malha quase invisível em que respiramos, viveu esta obsessão pela vida perfeita?

Utopias da personalidade, da sexualidade, do amor, da liberdade, do conhecimento, varreram nossas vidas. Talvez a cura passe pelo enfrentamento da imperfeição e do conflito como universo último da vida. Seríamos, afinal, uma pequena alma que sabe mais do que deve, mas nunca tudo o que precisa? Enfim, teríamos diante de nós o risco de sermos um ser sem sentido último e sem certezas? Seria esta uma forma mais livre de viver? A imperfeição como horizonte?"
Luiz Felipe Pondé

(23.08.2009)

"[...] A grande tecnologia é o ser humano, a nossa mente.
As tics são extensões da nossa mente e de nosso corpo".

 Moran, 1996

(04.03.2009)

"Atravessaremos a pedra,
o vidro, o metal, as palavras.
Atravessaremos o coração, como quem se mata.
Atravessaremos um novo mar desconhecido,
correremos Áfricas e Ásias, polo e trópico,
e jogaremos nossa vida entre as estrelas."

Cecília Meireles

(06.11.2008)

"Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter".

Martin Luther King - Washington, 28.08.1963.

(10.09.2008)

"Nada de poder; um pouquinho de saber e o máximo possível de sabor..."

Roland Barthes, em sua última conferência, na França

(17.06.2008)

Depois das certezas

Livros são espelhos. O ato de ler é, quase sempre, o ato de projetar perspectivas, visões, intenções, pensamentos sobre um texto. A literatura mediana é opaca, nela se lê só o que é dito, e nada mais. A literatura de qualidade é especular, nela mergulhamos não para topar com uma superfície, mas para nos afogar. Ela desafia e não se cansa: nos pede mais e mais interpretações, mais e mais perguntas. Não tem superfície, mas profundidade. E exige a nossa ousadia.

 José Castello (trecho)


(07.03.2008)


“Amigos, não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas...
 Porque o tempo
é uma invenção da morte: não o conhece a vida, a verdadeira, em que basta
 um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira”.

Mário Quintana

(13.01.2008)

"Todo homem ao nascer tem direito a ser educado. E depois, em troca, o dever de contribuir para a educação dos demais"

José Martí, poeta cubano


(05.10.2007)

“Analisar instante por instante. Perceber o núcleo de cada coisa feita de tempo ou espaço. Possuir cada momento, ligar a consciência a eles como pequenos filamentos quase inperceptíveis, mas fortes. É a vida? Mesmo assim ela me escaparia."

(Clarice Lispector - Perto do coração selvagem - trecho)


(12.07.2007)

“Pensar é entrar no labirinto, mais precisamente é fazer existir  e aparecer um labirinto, quando se poderia ter ficado estendido entre flores, a olhar para o céu”.

Cornelius Castoriadis
(in Imagens que a razão ignora  de  André Parente)

(10.04.2007)

"Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim;
Mas quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge,
triunfante e bela!... Novas folhas, novas flores,
na indefinida bênção do recomeço!..."

Chico Xavier


(12.05.2006)

Sobre a vida
Mario Quintana

"Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda  por aí, disfarçada, como uma criança traquina brincando de esconde-esconde. Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos: a viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos. A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador; quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria. E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos. Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto àquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto àquele tempo que você  não vai desperdiçar no futuro. Porque a vida é agora..."



(05.10.2004)

O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

(10.07.2004)

Os grilos
Juana de Ibarbourou

“ Meu filho caçou um grilo e vem trazê-lo a mim
porque alguém lhe disse que,
guardando-o sob uma taça de cristal,
receberemos uma alegria.
Uma alegria?
Então, pequeno mago estridente e negro,
me leva com meu filho até aquele atalho
que eu atravessava todas as tardinhas
quando voltava da escola para minha casa.

Muitos grilos cantavam entre os pastos da ribanceira
e eu fazia o caminho distraída e encantada,
com uma inconsciente e funda poesia no coração.
Sempre amei os grilos e sempre, desde então,
quando nas noites de Janeiro ouço seu cantar,
sinto uma tristeza, uma tristeza.”

( Juana de Ibarbourou - Juana Fernández Morales - 1895/1979 )

Escritora Membro da Academia Uruguaia - Tradução: Carlos Urbin

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