Escola Municipal Vila Monte Cristo

V emos a massificação da sociedade proveniente da indústria cultural (meios de comunicação) e sabemos que ela não está preparada para superar dialeticamente as contradições dessa sociedade de consumo.

A dança desempenha relevantepapel no desenvolvimento da consciência estética, porque é ótima defesa contra a massificação de idéias e valores. Sua evolução seguiu de um trajeto do templo, para a aldeia, depois para a igreja, até do salão e finalmente o palco. Neste percurso constituiu-se de dança étnica, dança folclórica, dança de salão e dança teatral. Qualquer uma destas manifestações engrandece ricamente a criança e o adolescente.

C onstatamos dia - a - dia que estão desaparecendo fantásticas e ricas expressões populares que significam nossa identidade cultural.

C omprovamos o enorme benefício que a dança e a música trazem para as crianças, desenvolvendo a disciplina, a atenção e o espírito de equipe e sobre tudo o interesse pelo estudo e a pesquisa, à vontade de aprender e construir sua identidade. Impressionante é a alegria e a satisfação destes alunos. Compenetrados para qualquer atuação sentem-se orgulhosos em dançar e divulgar o trabalho do Grupo.

A mudança na maneira de encarar a vida, que percebemos nestes alunos, me atrevo a dizer, é permanente, porque é fruto de uma aprendizagem e mudança interior e não imposta por modismos. Valores foram construídos.

Fazer análise sobre a bagagem cultural de outros países assimilado por nós, estudando sobre o processo de imigração no Rio Grande do Sul, miscigenação dos povos e formação da identidade do povo gaúcho.

A colonização do RS e a fundação de Porto Alegre apresentam-se tão resumidos em nossos livros didáticos que, nosso aluno do ensino fundamental, aprende os fatos de nossa história em situações sem ligação umas com as outras, num parágrafo que diz: "Chegaram ao antigo Porto do Dornelles, 60 casais açorianos dando origem a um povoado que mais tarde tornou-se Porto Alegre".

O aluno não faz a menor idéia de quem eram os açorianos, de onde vieram, por que vieram para cá, quais os seus costumes e hábitos característicos, o quê eles fizeram pelo Rio Grande do Sul, por que temos um monumento chamado Açoriano, a arquitetura de alguns prédios, entre outros assuntos de nosso dia - a - dia.

F ez-se, então, necessário montar estratégias de esclarecimento para resgate da identidade de cada porto-alegrense.

A lém do fato histórico e cultural de "simplesmente" ensinar de onde viemos, na experiência em si, vemos quem e como somos. O fato de ensinar uma dança tem um caráter histórico: de onde vem a dança, como se originou, que música acompanha, e que os trajes?

D epois, levando em conta que a comunidade é carente, surge uma identidade de grupo, ressaltando o lúdico, o cognitivo – espacial e rítmico (na dança, tem-se que saber o lugar ocupado por nós no espaço e a conseqüência do encadeamento de nossos movimentos em relação ao meio), o desenvolvimento lingüístico (letras de músicas com a respectiva fonética açoriana). Cria-se uma posição social, pois eles representam a escola em outros eventos culturais. Reconhecem a cidade como elemento construtor do caráter, posicionando-a geográfica - política e historicamente em relação ao mundo e as outras culturas.

A visão das ilhas e o surgimento geográfico de ambas as regiões (Porto Alegre/Açores) que coincidentemente tem ilhas, com formação geológica distinta, vão desenvolvendo no aluno um aspecto de pesquisador intuitivo. Fazer parte de um grupo é algo prazeroso que ensina a importância de um para o todo, faz gerar a pesquisa espontânea, onde cada um, ao seu jeito, busca implantar um conhecimento geral que dá unidade ao grupo.

I sso, com o intuito de estimular novas pesquisas e o entrelaçamento destes estudos e o desenvolvimento, aí sim da escola como uma instituição que, longe de um caráter burocrático, aprende ensinando com o Brasil, a busca dessa unidade cívica que tanto corrobora para o desenvolvimento de uma nação.

A construção de caráter nos faz pensar o passado para tentar planejar um futuro mais justo, amplo e socialmente aceitável.

Edital de alistamento e a vinda dos açorianos e as questões políticas que envolveram este fato;

Fundação de Porto Alegre, símbolos da capital, canção oficial de Porto Alegre, o arquipélago do lago Guaíba;

Influência da cultura açoriana na formação do povo gaúcho: jogos e brincadeiras infantis de procedência lusa - açoriana, municípios gaúchos fundados por açorianos, influência em nossa culinária, em nossa linguagem, uma lenda açoriana incorporada ao folclore gaúcho, dita populares, adágios, superstições, danças gaúchas de influência açoriana, contribuições na arquitetura, cantigas de roda, festas religiosas como o Corpus Christi, Folia do Divino, Festas Juninas, danças folclóricas gaúchas de influência açoriana: Pezinho, Cana-verde. Chimarrita, Caranguejo...

Pezinho (Terceira)	Chamarrita (Terceira)	S. Macaio
Favorita	Fadinho	Balancé
Pai do Ladrão	Suspiros	Ó laré
Praia	Palmas	Fado dos Estudantes
Pezinho da Vila (São Miguel)	Rema (Graciosa)	Pezinho (Corvo)
Pezinho (Pico)	Bela Aurora (Santa Maria)	Rema (Flores)
Abana ou Casaca (Faial)	Chimarrita de São João (São Jorge)	Meninas (São Jorge)
Pai do Ladrão (São Jorge)	DANÇAS GAÚCHAS DE ORIGEM AÇORIANA: Pezinho, Cana-verde, Chimarrita, Caranguejo

O projeto "Conhecendo os Açores" é interdisciplinar, pois se adapta às disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática, Filosofia, Ciências, Educação Física, Arte Educação (Teatro, Artes Plásticas e Música) utilizando atividades variadas como:

uso e localização em mapas, leitura de livros, audição de músicas, exame de folhetos turísticos, participação em aulas práticas de dança açoriana, projeção de slides e vídeos sobre os Açores e suas festas populares, manuseio de objetos do artesanato açoriano, construção de cenas coletivas, estudos teóricos com distribuição do material escrito, Caderno Pedagógico, utilização para pesquisa dos livros recebidos do Gabinete de Imigração, teste escrito e oral para verificar as aprendizagens sobre a cultura açoriana,

exposição de fotos, livros e cartazes na biblioteca da Escola para comunidade escolar,

confecção de rapaduras de amendoim para vender, reunindo o lucro para despesas do Grupo, realização de visita ao município de Santo Antônio da Patrulha (de colonização açoriana) incluindo Sala Açoriana, Museu Municipal, casario e café açoriano,

viagem ao município de Mostardas, para participar da X Ovearte, viagem ao município de Gramado, na serra gaúcha, para comemorar o 4º aniversário, palestra da professora e alunos para o I e II ciclos, sobre temas açorianos,

participação no 228ª Semana de aniversário de Porto Alegre no Largo Glênio Peres e Parque Farroupilha, participação na Semana Farroupilha, participação na Semana do Folclore, divulgando as danças açorianas,

troca de correspondência com alunos do III Ciclo da ilha Terceira (Escola B3/S Padre Jerónimo Emiliano de Andrade – Angra do Heroísmo – directora da turma profª. Olinda Maria Gonçalves da Rocha),

utilização da Sala de computação para acessar a Internet e visitas sites sobre os Açores,

confecção de um Livrete para treinamento das letras das músicas açorianas, observação de vídeo gravado com o Grupo das Doze Ribeiras executando danças, participação semanal nos ensaios do Grupo Universitário de Tradição " Rio Grande do Sul" – UFRGS,

construção de maquete de uma freguesia açoriana, utilizando caixinhas, papel, cola, tinta guache,

palestra para a comunidade escolar e o SEJA acompanhada de um "Caldo Verde" (sopa de batatas com couve).

"Eu me sinto muito bem quando estou no grupo de dança, entrando nele aprendi a falar mais com as pessoas perdi 95% da timidez sem falar que aqui fiz muitos amigos. Eu faria tudo de novo". (Gilmar F. Martins Couto - C12)

"Bem, porque aprendi muitas coisas sobre os açorianos e sua cultura". (Giancarlo Bampi - C21)

"Muito bem eu amo o grupo como uma família de mentirinha". (Márcio Batista - C11)

"Me sinto muito bem por ter conhecido outras pessoas e aprender essas danças". (Andresa Goulart - C11)

"Me sinto muito bem porque eu estou aprendendo a dançar músicas diferentes". (Suélen de Assis - C13)

"Maravilhoso, várias coisas mudaram na minha vida, as segundas eu não fazia nada em casa e agora eu ensaio, me divirto e aprendo cada vez mais, mostro para as pessoas coisas diferentes e que nunca elas viram e nosso grupo é nota 10". (Caroline Moura - C11)

"Eu me sinto bem, fico feliz de saber que eu estou participando de alguma coisa na escola e também eu mudei muito, se não fosse dança eu não iria saber o que é açoriano". (Ana Paula Machado - C12)

"Muito bem, nós desenvolvemos uma amizade que antes não existia". (Karina Engrazia - C22)

"Eu me sinto ótima, tento dançar em casa, a responsabilidade, mais organização nas coisas que faço, minha segunda casa". (Ana Paula Portolan - 12)

"Feliz, com responsabilidade, aprendendo uma cultura nova para ensinar aos outros". (Thaís Difini - C12)

"Ajudar uns aos outros, mais concentração, vencer barreiras, responsabilidade com horários, com as roupas...".

Conhecendo os Açores

e

Grupo de Danças:

Porto Açoriano

Canto Coral
Ilhas de Bruma	Olhos Pretos