A canela é uma árvore originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia e conhecida há mais de 2500 anos a.C. pelos chineses. Seu nome científico, "cinnamomum", segundo referências, é derivado da palavra indonésia "kayu manis", que significa "madeira doce". Mais tarde, recebeu o nome hebreu "quinnamon", que evoluiu para o grego "kinnamon".
A canela era a especiaria mais procurada na Europa e seu comércio era muito lucrativo. O monopólio do comércio da canela esteve nas mãos dos portugueses no século XVI, passou para os holandeses, com a Companhia das Índias Orientais, quando esses expulsaram em 1656 os portugueses do Ceilão, e depois, passou para as mãos dos ingleses, a partir de 1796, quando esses ocuparam essa ilha.
As canelas são algumas das espécies mais antigas conhecidas pela humanidade. A mais difundida é a Cinnamomum zeylanicum, originária do Ceilão, atual Sri Lanka. Outras, entretanto, como a Cássia (Cinnamomum cassia), chamada de falsa-canela e conhecida como canela-da-China, também têm importância econômica. Esta espécie é uma Laurácea arbórea muito cultivada nas províncias do sudoeste da China. As partes mais úteis das canelas são o córtex dessecado e o óleo. O óleo é obtido das folhas por destilação, por arraste a vapor. Seu principal constituinte é o aldeído cinâmico, cujo teor pode ser superior a 80%.
Considerada símbolo da sabedoria, a canela foi usada na Antigüidade pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho e com fins religiosos na Índia e na China. Entre as muitas histórias da canela, conta-se que o imperador Nero depois de matar com um pontapé sua esposa Popea, tomado de remorsos ordenou a construção de uma enorme pira para cremá-la. Nessa pira foi queimada uma quantidade de canela suficiente para o consumo, durante 1 ano, de toda a cidade de Roma! Mesmo sem a importância que teve no passado e não sendo mais motivo de lutas entre os povos, a canela continua indispensável, como tempero na culinária moderna.
A Cinnamomum
zeylanicum cresce bem em solo brasileiro, onde já foi bem
cultivada no passado, tendo sido introduzida pelos jesuítas. A
canela é mencionada até em passagens bíblicas. No
Livro dos Provérbios da Sagrada Escritura, por muitos
atribuído a Salomão, no versículo "As
Seduções da Adúltera", é feita a
seguinte referência à canela:
Simbolicamente,
a canela é uma especiaria ligada ao amor, sendo empregada muitas
vezes como ingrediente para perfumes mágicos e
poções para conquistar a pessoa amada. Há quem
acredite que ela atrai o sucesso nos negócios, trazendo sorte e
determinação para a resolução de problemas.
Ficha
da planta
Família: Lauráceas
Origem: Ceilão, Birmânia, Índia
Outros nomes populares: caneleira, caneleira-da-índia,
caneleira-de-ceilão, cinamomo e pau-canela.
Outros Idiomas: cinnamomi (latim), cinnamon (inglês),
canela (espanhol), cannelle (francês), cannella (italiano) e zimt
(alemão).
Características:
A caneleira é uma árvore que requer cerca de 1.300 mm de
chuva por ano e temperatura média anual de superior a 21° C.
A casca dos ramos é comercializada em rama (pau), raspas e
pó. A caneleira é utilizada na culinária e na
fabricação de bebidas, medicamentos, perfumes e
sabonetes. Outras espécies do gênero Cinnamomum e Cassia
também produzem canela. A canela é uma árvore de
ciclo perene e que atinge até 8 a 9 metros de altura. O tronco
alcança cerca de 35 centímetros de diâmetro.
As folhas são coriáceas, lanceoladas, com nervuras na
base, brilhantes e lisas na parte superior e verde-claras e finamente
reticuladas na parte inferior. As flores são de
coloração amarela ou esverdeada, numerosas e bem
pequenas, agrupadas em cachos ramificados.
Composição Química: acetato de eugenol,
ácido cinâmico, açúcares, aldeído
benzênico, aldeído cinâmico, aldeído
cumínico, benzonato de benzil, cimeno, cineol, elegeno, eugenol,
felandreno, furol, goma, linalol, metilacetona, mucilagem, oxalato de
cálcio, pineno, resina, sacarose, tanino e vanilina. Partes
Usadas: Óleo essencial e casca desidratada.
Propriedades Medicinais: Adstringente, afrodisíaca,
anti-séptica, aperiente, aromática, carminativa,
digestiva, estimulante, hipertensora, sedativa, tônica e
vasodilatadora.
Fonte: Angelo C.
Pinto - Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de
Janeiro e livro "Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais".