RELIGIÃO

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Todos os cultos afro-brasileiros fazem oferendas, pagamento de favores recebidos como resgate pelas faltas aos preceitos religiosos. Dos alimentos são preparadas refeições para os membros da comunidades e seus convidados, servidas em verdadeiros banquetes - carne de boi, bode, carneiro, aves, peixes, além de frutas, doces e bebidas.

Entre outras, são reverenciadas nos cultos afro-brasileiros as seguintes entidades: Espirito Santo, Arcanjo São Miguel, Nossa Senhora (sob várias invocações), São Benedito, São Bartolomeu, Santa Bábara, São Jorge, São João e Santos Cosme e Damião.

CULTURA DOS ORIXÁS:

As cerimônias são realizadas a partir do culto dos orixás, presentes hoje no Recife, Salvador e Porto Alegre.

Entidades da religião dos orixás: Olorum, Orixalá, Orumilá (Ifá), Xangô, Ossain, Xapanã (Omulu/Obaluaê),Ogum, Oxossi, Oxum, Iemanjá, Iansã, Oxumaré, Oroco, Ibêji.


Os orixás

A religião dos orixás foi trazidas para o Brasil pelos Iorubás, aqui chamados Nags, chegados a partir do século XIX, na década iniciada em 1810. O país dos Iorubás é hoje a Nigéria, na África ocidental. Nesse país vivem também Hauçás, Ibos e vários outros grupos étnicos. No Brasil os orixas são cultuados nos candomblés da Bahia, no Xangô do Recife, em grandes centros como os estado de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Ou seja, no país todo.
No Rio Grande do Sul a manifestação recebe o nome de batuque ou nação(casa-de-nação). É nesta expressão sul-rio-grandense da religião dos orixás que se baseiam os trabalhos do artista negro Pedro Homero.
Na umbanda, os orixás do candomblé são cultuadas. Os guias, entidades espirituais, se apresentam na forma de espírito indígena, pretos velhos ou pomba-gira que dão conselhos e passes. Surgida no Rio de Janeiro na década de 1920 é uma mistura de elementos religiosos afro-brasileiros e do espiritismo - um sincretismo religioso.
Ogum é o orixá da guerra, do ferro e das artes marciais. Considerado violento, representa na dança esta caracteristica. "Em Porto Alegre no dia 23 de abril, que lhe é consagrado, a imagem do santo sai em procissão da Igreja São Jorge, no bairro Partenon, acontecimento concorridíssimo, pelos filhos do orixá. Ali, em resposta a saudação como viva São Jorge! Ouvem-se agú-nhê! A da divindade no Batuque.


Candomblé

Os adeptos do candomblé acreditam que cada pessoa possui seu orixá e com ele se identificam. Os deuses possuem as mesmas paixões e comportamentos bons e maus dos seres humanos. Seus seguidores fazem oferendas de comidas ou sacrificam animais em honra dos seus orixás para receber sua proteção na vida terrena.
Para descobrir o orixá, o pai-de-santo usa o Ifá ( jogo de búzios com conchas usadas como oráculos). Ele também orienta a solução dos problemas. Na África existem mais de 200 orixás, mas no Brasil eles foram reduzidos a 16 dos guias, 12 são os mais cultuados.

Rezas

No batuque rezamos através de músicas chamadas Éris do Orixás. O Éris são cantados em Yorubá (dialeto africano) ao som do batuque do tambor, para marcar o ritmo.

Oráculos

Objetivo principal: avaliar o campo espiritual através das influências presentes no momento.

Búzios

Origem: africana

Número de búzios: 08 ou 10

Objetivo principal: ser o elo de ligação entre o meio material e o espiritual.




CANDOMBLÉ:

Os doze orixás mais cultuados no Brasil.


EXU:

Mensageiro entre homens e deuses. Só através dele é possível invocar os orixás.

ELEMENTO: fogo.

PERSONALIDADE: atrevido e agressivo.

SÍMBOLO: ogó ( um bastão adornado com cabaças e búzios).

DIA DA SEMANA: segunda-feira.

COLAR: vermelho e preto.

ROUPA:vermelho e preto.

SACRIFÍCIO: bode e galo preto.

OFERENDA: farofa com dendê, feijão, inhame, água, mel e aguardente.


OXÓSSI:

Deus da caça.

ELEMENTO: florestas.

PERSONALIDADE: intuitivo e emotivo.

SÍMBOLO: rabo de cavalo e chifre de boi.

DIA DA SEMANA: quinta-feira.

COLAR: azul claro.

ROUPA: azul ou verde claro.

SACRIFÍCIO: galo e bode avermelhado e porco.

OFERENDA: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão abóbora.


OBALUAIÊ:

Deus da peste, das doenças de pele e atualmente da AIDS.

ELEMENTO: terra.

PERSONALIDADE: tímido e vingativo.

SÍMBOLO: xaxará (feixe de palha e búzios).

DIA DA SEMANA: segunda-feira.

COLAR: preto e vermelho ou vermelho, branco e preto.

ROUPA: preto e vermelho coberto por palha.

SACRIFÍCIO: galo, pato, bode e porco.

OFERENDAS: pipoca.


OXUM:

Deus da água doce, do ouro, da fecundidade, búzios e do amor.

ELEMENTO: Água.

PERSONALIDADE: Materno e tranqüilo.

SÍMBOLO: Abebê(leque espelhado).

DIAS DA SEMANA: Sábado

COLAR: Amarelo ouro

ROUPA: Amarelo ouro

SACRIFÍCIO: Cabra, galinha e pomba.

OFERENDAS: Milho branco, xinxim de galinha, ovos e peixe de água doce.


IANSÃ

Deusa dos ventos e das tempestades.

ELEMENTO:Fogo

PERSONALIDADE:Impulsiva e imprevisível.

SÍMBOLO: Espada e rabo de cavalo ( representando a realeza).

DIA DA SEMANA: quarta-feira

COLAR: Vermelho ou marrom escuro.

ROUPA: Vermelho

SACRIFÍCIO: Cabra e galinha

OFERENDA: Milho branco , arroz, feijão e acarajé.


OGUM

Deus da guerra , do fogo da tecnologia .

ELEMENTO: Ferro

SÍMBOLO: Espada

PERSONALIDADE: Impaciente e obstinado.

DIA DA SEMANA : Terça- Feira

COLAR: Azul-marinho

ROUPA: Azul, verde escuro, vermelho ou amarelo.

SACRIFÍCIOS: Galo e bode avermelhados

OFERENDAS: Feijoada , ximxim, inhame .


OSSAIM

Deus das folhas e ervas medicinais.

ELEMENTO: Matas

PERSONALIDADE: Instável e emotivo

SÍMBOLO: Lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas.

DIA DA SEMANA: Quinta-feira

COLAR: Branco rajado de verde.

ROUPA: Branco e verde claro.

SACRIFÍCIO: Galo e carneiro.

OFERENDAS: Feijão, arroz, milho vermelho e farofa de dendê.


NANÃ

Deus da lama do fundo do rios.

ELEMENTO: terra

PERSONALIDADE: Vingativa e mascarada.

SÍMBOLO: Ibiri (cetro de palha e búzios)

DIA DA SEMANA: Sábado

COLAR: Branco, azul e vermelho.

ROUPA: Branca e azul.

SACRIFÍCIO: Cabra e galinha.

OFERENDAS: Milho branco, arroz, feijão, mel e dendê.


OXUMARÉ

Deus da chuva e do Arco-íris.

ELEMENTO: água

PERSONALIDADE: Sensível e tranqüilo.

SÍMBOLO: Cobra de metal.

DIA DA SEMANA: Quinta-feira

COLAR: Amarelo e verde.

ROUPA: Azul claro e verde claro.

SACRIFÍCIO: Bode, galo e tatu.

OFERENDAS: Milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos.


IEMANJÁ

Deusa dos mares e oceanos.

ELEMENTO: água

PERSONALIDADE: Materna e tranqüila.

SÍMBOLO: Leque e espada.

DIA DA SEMANA: Sábado.

COLAR: Transparente, verde ou azul claro.

ROUPA: Branco ou azul claro.

SACRIFÍCIO: Porco, cabra e galinha.

OFERENDAS: Peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco.


XANGÔ

Deus do fogo e do trovão.

ELEMENTO: Fogo.

PERSONALIDADE: Atrevido e prepotente.

SÍMBOLO: Machado duplo (oxé).

DIA DA SEMANA: Quarta-feira.

COLAR: Branco e vermelho.

ROUPA: Branco e vermelho, com corôa de latão.

SACRIFÍCIO: Galo, pato, carneiro e cágado.

OFERENDAS: Amalá (quiabo com camarão seco e dendê).


OXALÁ

Deus da criação. É o orixá que criou os homens.

ELEMENTO: Ar.

PERSONALIDADE: Equilibrado e tolerante.

SÍMBOLO: Oparoxó (cajado de alumínio com adornos).

DIA DA SEMANA: Sexta-feira.

COLAR: Branco.

ROUPA: Branco.

SACRIFÍCIO: Cabra, galinha, pomba, pata e caracol.

OFERENDAS: Arroz, milho branco e massa de inhame.




DONO DA FORÇA:

Para os afro-brasileiros, não existe o diabo como na religião cristã. Exu não é o diabo. Ele representa o movimento entre a morte e a vida. É o mensageiro entre os orixás e os homens. Ele foi a primeira forma criada no mundo por Olorum, deus supremo.



                 As religiões africanas são um complexo de crenças e práticas oriundas de antigos indígenas da região da África subsaariana. São consideradas religiões indígenas.
                 Após o período do colonialismo europeu e o período da escravatura houve a disseminação destas práticas por outras partes do mundo, sobretudo para o continente americano. Essas práticas tiveram grande desenvolvimento nas ilhas do Caribe, Brasil e México. Parte deste desenvolvimento se deu em razão do sincretismo religioso promovido pela Igreja Católica Romana.
                 A tradição espiritual africana é oriunda de um povo proveniente da Nigéria e Benin, onde residia a nação Yorubá.
                 Seu sistema de crenças chama de Ifa a maior forma de divinização de suas religiões, sendo Olodumaré (ou Olorum) seu principal deus e Orunmilá. Os Orixás são considerados mensageiros de Olurum. Logo, Ifa, Olodumaré, Olorum, Orunmilá e Orixás referem-se ao mesmo sistema religioso tribal indígena africano.
                 Consideram que em Ifa se encontra toda a soma de conhecimento e sabedoria dos antigos, a súmula da existência e a sabedoria divina de Olorum e dos Orixás, os quais controlam todos os eventos da vida das pessoas.
                 Os mais importantes sacerdotes deste sistema religioso são os chamados Babalaos, ou pai dos segredos.
                 Consideram em suas crenças que todas as coisas abstratas ou concretas, sejam células do corpo de um deus. Cada animal, vegetal e minerais possui sua própria energia a que chamam de Axé. O Axé de cada coisa contribui para o todo que é Olorun. Os Orixás surgem de certas constelações de energias e que cada Orixá é uma faceta de seu deus Olorum.
                 A palavra Orixá pode ser separada em dois componentes: Ori (que significa cabeça ou consciência) e xá ( exclusivo).
                 Logo Orixá significa uma consciência específica unida à grande consciência, chamada de Olorun.
As forças primárias associadas a cada Orixá são freqüentemente as forças da natureza ou as forças relacionadas aos humanos. No mundo natural Orixás individuais são associados ao fogo, água, terra, ar, fenômenos atmosféricos, mundo animal, etc. Os adeptos deste sistema de crenças também associam os Orixás a elementos do dia-a-dia, tais como riqueza, saúde, doença, etc.
                 Cada Orixá, que pode ser masculino ou feminino, possui uma classe de expressões ou caminhos que se referem às formas como um Orixá se mostra ao mundo. É dito entre eles que cada Orixá traz consigo diversidades de estados, mais ou menos como uma espécie de positivo e negativo, pois dizem que assim como o céu pode estar claro ou escuro, um sentimento pode ser benéfico ou maléfico, os Orixás podem ser bons e maus ao mesmo tempo, existindo assim uma variedade de facetas nas manifestações dos Orixás. Estas diversidades de facetas, como benévolo e malévolo, claro e escuro, calmo e agressivo, significariam diversidades inerentes à natureza de seu deus Olorun. Estas diversidades de comportamento e características dos Orixás são necessárias para a existência de uma espécie de todo.
                 Os ensinamentos deste sistema religioso Yorubá se transfere de pessoa a pessoa através dos chamados Patakis ( contos ou estórias dos Orixás).
                 No plano humano cada pessoa teria seu Orixá específico que corresponderia à essência particular característica de cada pessoa, homem ou mulher. O Orixá de cada pessoa é, segundo os adeptos deste sistema religioso, chamado de Orixá da cabeça.
A relação entre cada pessoa e seu Orixá é dita como sendo do tipo familiar, sendo cada adorador dos Orixás chamado de criança do seu protetor.


Três religiões existem aa África moderna. O cristianismo se encontra sobretudo no Sul e ao longo dos litorais leste e oeste. O centro do islã fica na África Setentrional àrabe mas historicamente essa religião sempre teve penetração também ao sul do Saara. Há, por fim, as religiões tribais, ou tradicionais, as mais difundidas antes da invasão cultural ocidental e àrabe. Na áfrica moderna, a estrutura tradicional baseada na aldeía está desaparecendo e,juntamente com ela, o fundamento das antigas religiôes, que era a vida familiar e tribal.

As reliões africanas tradicionais não têm textos escritos, o que torna seu estudo difícil para os pesquisadores. Boa parte do conhecimento que temos sobre essas religiões é transmitida oralmentepor seus povos ou relatada por observadores europeus colonizadores e missionários.



As religiões ancesntrais continuam vivas na África, mas hoje o continente africano também se divide entre mulçumanos, cristãos e judeus numa releitura peculiar de cada fé.

Segundo pesquisas mais recentes o homem moderno surgiu na Africa entre 130 mil e 465 mil anos atrás. Foi nessa época, calculam os antropologos que podem ser desapontadas as primeiras manifestações religiosas no continente. Para eles acima das divindades, haveria a figura de um Deus supremo, o criador do Universo chamado de Olodumaréou Nzambi.

A religiosidade tradicional no mundo Africano é diferente daquela que temos aqui no Brasil, que é uma versão resumida e adaptada pelos escravos vindos de nações distintas. As religiões africanas são um complexo de crenças e práticas oriundas de antigos indígenas da região da África subsaariana.



Religião Africanista no Brasil
"Os africanos trouxeram consigo suas culturas originais, e junto a elas, todo um corpo de crenças e rituais religiosos."
Estas religiões sobrevivem graças ao sincretismo, entre elas próprias e o espiritismo. Esta mistura de crenças e rituais é tão evidente que já não dizemos no Brasil religiões africanas e sim religiões afro-brasileiras.
O Continente africano pode ser dividido em duas partes, cortando á altura do Golfo da Guiné. Dessa linha para cima, as culturas africanas são chamadas sudanesas e desse paralelo para baixo, chamadas de bantos.
Dos africanos sudaneses, as culturas que mais chegaram no Brasil foram a nagô (iorubana), há hegemonia em todo o Brasil, de Norte à Sul.
Já na África, essas e outras culturas influenciam-se reciprocamente. Com os navegadores portugueses, chegaram às costas africanas as "missões", as crenças e rituais cristãos, especialmente católicos, que deram origem ao sincretismo com os cultos africanos.


Os africanos que foram trazidos como escravos para o Brasil agarram-se especialmente a suas tradições religiosas, como um meio de conservar sua indentidade ameaçada pela opressão do poder dominante. Essa forma de religiosidade também entrou em contrato com outras manifestações da cultura dos povos, como a religião católica, vivida especialmente em suas formas populares, como a devoção aos santos, e o espiritimos de Allan Kardec.


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