Profª
responsável: Silvia de Oliveira Kist
Horas
solicitadas: 5 horas
Turno
de realização: manhã ( A 30 ) e tarde (A 30 e assessoria aos professores)
Público-alvo:
alunos do 3º Ano do I Ciclo
Porto
Alegre, novembro de 2007.
Ingressamos ao século XXI e
presenciamos inúmeros avanços em
distintas áreas do conhecimento: telecomunicações, informática, neurociências,
astronomia, etc. As tecnologias da informação e da comunicação (TIC's) vêm
ampliando as possibilidades de convivência, lazer, trabalho e educação das
pessoas que vivem na era digital.
Acompanhamos a apropriação das tecnologias e o desenvolvimento cognitivo
de crianças que têm acesso a elas. Há inúmeras pesquisas como a de Papert (1994),
Fagundes(1986), Kist(2007), Nevado(1989), Maraschin(1986) que apontam o uso sistemático do
computador como potencializador para
aprendizagens.
No entanto, a maioria das
crianças de nossa escola ainda está excluída desse meio, apesar da escola
possuir um laboratório de informática com máquinas de qualidade. A inexistência
de carga horária para recurso humano para o laboratório, os problemas técnicos,
a falta de bons softwares, a falta de formação para os professores, entre
outras coisas, acabaram inviabilizando o trabalho de informática em 2007 na
grande parte das turmas do turno da tarde.
Tendo em vista que não há
disponibilidade de horas para este setor da escola para atender a essas
necessidades, venho propor um projeto específico (uma oficina dentro das 5 horas
disponíveis) para auxiliar um grupo de alunos no processo de aquisição da
língua escrita através do uso de recursos da informática.
Tal projeto vai ao encontro da
pesquisa que venho desenvolvendo no mestrado em Educação, na qual venho
estudando as mudanças nas práticas de leitura e escrita das crianças que
utilizam o computador no cotidiano, no caso, o laptop educacional.
O
principal objetivo da oficina é oportunizar as crianças em processo de
aquisição da língua escrita o contato com outras formas simbólicas através do
uso do computador e seus recursos, de forma a promover um maior sentido para a
leitura e para a escrita e, portanto,
criar condições para a conceituação.
A
oficina será sustentada por atividades em softwares de construção e autoria,
como o squeak etoys, o scratch e também o hagaquê. A criança vai poder explorar
suas hipóteses de escrita criando suas histórias, seus personagens, seus livros
e seus mundos. Através da intervenção
sistemática será feita a problematização das suas hipóteses de escrita, com o
objetivo de levá-las ao desequilíbrio e a novas equilibrações .
O
squeak é uma ferramenta de autoria que vem sendo utilizada por criança com
pouco contato com a língua escrita, como também, para simulação de leis físicas
e matemáticas. No squeak é possível criar desenho, animações, livrinhos, sons, jogos
com joystick., objetos, movimentos e muito mais.
O
Scratch é um ambiente de programação para crianças, no qual é possível criar
histórias animadas, sons, músicas, jogos, arte, etc.
O
Hagaquê é uma ferramenta para criação de histórias em quadrinhos. O sistema
disponibiliza personagens, cenários, balões e objetos prontos para a criança
montar a história. Além disso, ela mesma pode desenhar, fotografar seus
próprios elementos.
Além
dessas ferramentas, outras atividades na web podem ser propostas conforme as
possibilidades e necessidades do grupo de alunos.
Público-alvo: alunos do 3º
ano do I Ciclo que estão apresentando dificuldades no processo de aquisição da
língua escrita.
Forma de
funcionamento: A oficina será
oferecida semanalmente em turno inverso às aulas, para dois grupos de 6 alunos,
durante um semestre. No semestre seguinte outras crianças serão atendidas.
Cabe salientar que o projeto aqui
apresentado é de uma oficina que acontecerá dentro do laboratório de
informática e não uma oficina de informática. Considero necessário e urgente
uma mobilização do grupo para batalharmos por horas para a informática, de modo
que um profissional assuma a coordenação do laboratório e viabilize outras
oficinas para alunos e professores, garanta o funcionamento das máquinas,
impressoras, etc, oriente e acompanhe as propostas dos professores no
laboratório, oriente o trabalho do estagiário (se for o caso), atenda alunos no
turno inverso, crie formas de integração com os outros setores e projetos da
escola, alimente a página na web, entre outras coisas.
FAGUNDES,
Léa da Cruz. A psicogênese das condutas cognitivas de crianças em interação
com o mundo do computador. São Paulo: USP, 1996. Tese (Doutorado em
Psicologia). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1986.
KIST, Silvia de Oliveira, SCHAFER, Patricia,
BITTENCOURT, Juliano de Vargas, FAGUNDES, Léa da Cruz. Impacto da modalidade 1:1 nas práticas de leitura e
escrita: primeiros resultados. IN: Anais de Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação: São Paulo, 2007.
MARASCHIN,
Cleci. Processos Cognitivos envolvidos na atividade de crianças de 4 a 6 anos
com a Linguagem LOGO de Programação. Porto Alegre: UFRGS, 1986. Dissertação
(Mestrado em Educação). Programa de Pós
Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 1986.
NEVADO.
Rosane Aragón. As abstrações na construção da língua escrita e do espaço
métrico na interação com o computador durante o processo de alfabetização. Porto
Alegre: UFRGS, 1989. Dissertação
(Mestrado em Educação). Programa de Pós Graduação em Educação, Faculdade de
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1989.
PAPERT,
Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática.
Porto Alegre: Artmed, 1994.
PIAGET,
Jean. A formação do Símbolo na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1990. 3ª
Edição.
http://squeaklandbrasil.org/
http://www.hagaque.cjb.net/
http://scratch.mit.edu/