Cultura A cultura afro é
rica por suas músicas populares, pelas suas danças, sua
religiosidade, sua culinária e pelas inúmeras palavras
que hoje fazem parte do
nosso vocabulário, como: moleque, milonga, fubá, angu,
xingar. Mas, uma das
mais fortes expressões da cultura afro é a capoeira,
mistura de dança, jogo,
luta, tudo ao mesmo tempo, por isso é tão complexa, rica
e surpreendente. Arte A arte africana envolve um
aspecto diferenciado desde representações em
pinturas, esculturas e peças ornamentais, até objetos que
acompanham os ritos,
as danças e as cerimônias religiosas. Música A influência
musical é bastante grande. Foram os negros que criaram o
samba, os ritmos do frevo e do maracatu, influenciando, até
hoje, novos estilos
musicais, como o hip hop, heggae, pop rock, entre outros. O “lundu”
é
considerado o primeiro ritmo afro-brasileiro, ou seja, foi o primeiro a
ser
aceito pelos brancos. Dança Nas danças
encontramos: maracatu, dança originária de Pernambuco,
é uma
mistura das culturas indígena e africana, nascida no
século XIX; o maculelê; o
batuque; a puxada de rede, e o samba de roda, todas danças
ligadas a capoeira. Religiosidade Tal como na África
Ocidental, a religião impregnou todas as atividades
dos africanos e seus descendentes no Brasil, influenciando o viver
cotidiano,
preservando a mais específica de suas raízes culturais. A
afirmação e a
expansão da tradição religiosa africano-brasileira
ultrapassam os espaços
físicos da comunidade-terreiro. O Candomblé, culto
aos orixás, é uma das religiões afro praticada
principalmente no Brasil. Foi desenvolvida pelos africanos que foram
escravizados e trazidos da África para o Brasil, entre os anos
de 1549 a 1888. A Umbanda começou a
ser formada por volta de 1530, com a mistura de
concepções religiosas trazidas pelos negros da
África nos tempos da escravidão.
É uma das religiões mais praticadas no Brasil, ela
incorpora os adeptos dos
deuses africanos como caboclos, pretos velhos, crianças,
boiadeiros, espíritos
das águas, eguns, exus, e outras entidades. A religião
ponto mais forte da
cultura negra, foi, e continua sendo, bastante expressiva em nosso
país, estado
e município. A introdução do batuque no Rio Grande
do Sul se deu no início do
século XIX, entre os anos de 1833 e 1859, acredita-se que os
primeiros
terreiros foram criados na cidade do Rio Grande. A cidade é hoje
berços dos
cultos afros no Rio Grande do Sul, realizando uma das maiores festas
religiosas
do país, a Festa de Iemanjá. Culinária Uma das heranças
mais importantes da inserção do negro na sociedade
está
na gastronomia. A influência afro está em dois aspectos:
no modo de preparar e
temperar os alimentos e na introdução de ingredientes na
culinária brasileira. O modo africano de
cozinhar e
temperar incorpora elementos culinários e pratos típicos
portugueses e
indígenas, transformando receitas originais que deram forma
à cozinha
brasileira. A galinha e os ovos, da dieta portuguesa, foram
incluídas nas
receitas afro-brasileiras, surgindo o vatapá e o xinxim. Do
indígena,
incorporaram além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato
afro-indígena
brasileiro mais famoso é o caruru. O acarajé, hit da
cozinha afro-brasileira,
mistura feijão fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola,
camarões e pimenta. A
pamonha, originou-se de um prato africano, o acaçá.
Disponível
em:<http://www.fearg.com.br/site/?n_link=etnia_africanos> Acesso
em setembro de 2009.
Conto Africano A lenda do tambor
Certo dia os macaquinhos, que tinham o nariz branco, resolveram trazer a lua para a terra. Pois é! Tentaram de muitas formas, mas não conseguiram. Então um deles, o menor, teve a idéia de fazer uma escada bem grande. Mas a única diferença é que essa escada não seria feita de madeira e sim de macaquinhos de nariz branco: um em cima do outro. Pra escada agüentar o mais leve de todos teria que subir. Depois de algum tempo de construção, a escada estava lá, parada, qualquer movimento faria com que ela caísse. O macaquinho menor de todos foi subindo com cuidado. Quando ele conseguiu colocar a mão na lua.. Deu um vento muito forte e a escada começou a balançar, balançar.. balançou tanto que os macacos se soltaram uns dos outros e quase todos caíram no chão. Eu disse quase.. lembram do macaquinho mais novo? Pois é! Ele ficou pendurado na pontinha da lua e tratou de subir logo nela senão ele cairia também. A lua gostou muito do macaco, disse que ele era seu melhor amigo e, de presente, deu para ele um tamborzinho. Um dia então, o macaquinho lembrou de tudo. Lembrou de casa, dos irmãos.. e começou a chorar. A amiga dele, não entendendo nadinha, perguntou o que estava acontecendo. O macaco explicou que estava com saudade, pediu pra que ela o deixasse voltar para casa. A amiga, quase chorando, vendo o macaquinho triste, disse que ajudaria ele. Amarrou-o em uma corda e foi soltando devagarinho. Disse que, quando ele chegasse, era pra tocar o tamborzinho porque daí ela cortaria a corda. O macaco saiu todo feliz, agarrado em seu presente. Mas, na metade do caminho, quando viu sua casa lá do alto, tocou o tamborzinho para avisar os seus irmãos que ele estava chegando. A lua, achando que ele já tinha chegado à terra, cortou a corda. E o macaquinho despencou de lá do céu. AAAAAAAAAAAAAAH. PUM! Uma menina que estava por ali viu o macaco se espatifando no chão. Ficou com pena e perguntou se estava tudo bem. Ele, ainda meio tonto, contou tudo o que tinha acontecido, explicou para ela que aquilo ali era um tamborzinho e resolveu fazer uma troca. - Conte para todas as pessoas e animais, de todos os tipos e cores, o que acabei de contar e em troca eu te darei o mais precioso presente que eu já ganhei: esse tamborzinho. E não pense que é um tamborzinho qualquer, pois foi a lua quem me deu! A menina começou logo a contar para todos o que ela tinha acabado de ouvir. Pessoas de todos os países, sabendo daquilo, foram até Guiné. E a partir dali, naquela terra africana, puderam ser ouvidos os primeiros sons do tambor. Logo depois o pequeno macaquinho de nariz branco morreu. Mas não pensem que ele morreu triste. Morreu feliz, pois estava ouvindo o seu som preferido: o som do tambor. TUM TUM TUM.
Giana Lorenzini |