TRANSVENDO
O MUNDO EM REDES
SOCIAIS E
COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM atualmente trabalhando em projetos de letramento digital na Escola Municipal Vila Monte Cristo "Ensinar
inexiste
sem
aprender e vice-versa”.
Paulo Freire
Enquanto seres sociais, os
seres
humanos procuram constantemente interagir com outros, nas mais diversas
ocasiões. Esta realidade também se aplica ao mundo da
Internet, tanto mais que
esta permite às pessoas se comunicarem umas com as outras de
qualquer parte do
mundo. Simplificando, podemos dizer
que as redes e
comunidades virtuais são as relações de
comunicação entre os indivíduos
mediadas pelo computador. A Internet é uma
rede de computadores que permite diversos agrupamentos de pessoas, por
meio de
ferramentas de informação e comunicação,
reunidas por possuírem interesses
comuns. São as chamadas redes sociais, cibermídias,
comunidades virtuais, redes
de aprendizagem, comunidades virtuais de aprendizagem, entre outras
denominações. Nelas
o sujeito se apresenta aos demais internautas,
quer seja através de páginas pessoais, das
salas de reunião virtual, de blogs e fotologs,
google buzz, twitter, twipics
e o mais recente twinester, um serviço inovador, criado por dois
brasileiros, o
qual permite aos usuários do twitter criar e participar de
comunidades,
interagindo em grupos de interesse comum, assim como outras
inúmeras redes
sociais de que tratarei mais adiante, citando pesquisa feita em 2009. Uma rede social virtual
é, portanto,
um reflexo dessa necessidade de comunicar, aplicado às redes
Web, a qual existe
enquanto seus integrantes dialogam. Uma comunidade virtual é uma
rede social online,
mas na comunidade, o diálogo e a colaboração entre
as pessoas são mais
freqüentes, gerando um grau de comprometimento entre elas. A
intensidade nas
relações, portanto, é um elemento distintivo entre
as redes e as comunidades
virtuais. Na verdade, todos os tipos
de ambientes
comunicacionais na rede se constituem em formas culturais e
socializadoras do
ciberespaço naquilo que vem sendo chamado de comunidades
virtuais. No
ciberespaço, especialmente com a Web 2.0, conversamos e
discutimos,
engajamo-nos
em comunicações intelectuais, realizamos
ações comerciais, trocamos
conhecimento, compartilhamos emoções, fazemos planos,
trazemos idéias,
fofocamos, brigamos, apaixonamo-nos, encontramos amigos e os perdemos,
jogamos
jogos simples e metajogos, flertamos, criamos arte e desfiamos um monte
de
conversa fiada. Fazemos tudo que fazem as pessoas quando se encontram,
mas o
fazemos com palavras e na tela do computador, deixando nossos corpos
para trás.
Muitos de nós já construiu comunidades nas quais
nossas identidades se misturam
e interagem eletronicamente, ou seja, a internet transformou o modo
como
vivemos, a maneira como amamos, como pensamos e como estudamos. A título de
curiosidade, trago uma
pesquisa encontrada em “Ibope NetRatings in Edney Sousa, um dos
consultores da
Interney.net” que traz as seguintes relações e dados de
2009 com as informações que transcrevo
abaixo: “TECNOLOGIA: é a
plataforma de comunicação para
estabelecer, fortalecer e acelerar suas relações sociais.
TECNOLOGIA = Meios (
Blog 45% dos internautas ativos escrevem em blogs, 75% lêem
blogs), Twitter
(mais de 118 mil perfis em língua portuguesa), Youtube, Orkut
(35 milhões de
perfis brasileiros ativos/mês, 4 horas de navegação
por usuário/mês ), Flicker
(grupos no flicker: fotógrafos, artistas), Fotolog (70%
compartilham fotos e
34% fazem upload todos os dias) Delicius, WordPress, Blip.FM, MySpace,
Last.FM
(43% dos usuários ouvem rádio em tempo real, 32% fazem
download de músicas,
filmes e softwares), Facebook ( 240 mil perfis brasileiros)"
Observação:
Não
fiz pesquisa comparativa dos dados acima. Divido
com os leitores algumas perguntas
que muitas vezes me assombram: - De
que maneira a inclusão digital,
desenvolvida nas escolas e em outros centros de cultura da cidade,
podem
consolidar o letramento digital e prover as pessoas de
competência informacional
específica para além do contexto digital? - Como poderá a
escola contribuir para que
os professores e todos os estudantes: crianças, adolescentes e
adultos
tornem-se usuários criativos, críticos e autores com
estas novas ferramentas e
não meros consumidores compulsivos de
representações novas de velhos clichês? Além
disso, como diz Marcelo Buzato
da Unicamp, “letramento digital inclui a
habilidade para construir sentido a partir de textos que mesclam
palavras,
elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície, o
hipertexto, a
capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente a
informação
disponibilizada eletronicamente e familiaridade com as "normas" que
regem a comunicação com outras pessoas através do
computador” . Concluo esse artigo com as sábias e esclarecedoras idéias de Raquel Recuero. Num de seus textos, a autora reflete sobre a dificuldade dos professores em usar redes sociais e comunidades de aprendizagem em sala de aula. Diz Raquel em sua página Social Media: "O grande problema aqui é pensar que "educar" e "aprender" são processos unilaterais e que apenas sites comuns e o Google são ferramentas que podem auxiliar alunos e professores a construir conhecimento. O que, todos sabemos, não é verdade. Aprender é um processo social, não individual. Depende de um contexto social. É coletivo". E logo esclarece uma das grandes dúvidas (preconceito?) da maioria dos profesores: "É claro que existem riscos e maus usos dessas tecnologias como, por exemplo, nos casos do cyberbullying. Uma das causas, parece-me, é que parte desses comportamentos desviantes aparece, justamente, porque professores, pais e instituições não estão presentes nessas ferramentas, que viram "terra de ninguém" e "terra sem autoridade". Outros desses usos, do meu ponto de vista, estão relacionados a trabalhos escolares que estimulam a busca no Google e o recortar e colar dos resultados como "ferramenta educativa". Ainda assim, a presença do desvio não invalida a presença da mídia digital na educação. E queiramos ou não, essa presença acontecerá. Assim, a grande questão passa a ser: Queremos formar as novas gerações na base do control+c/control+v ou como indivíduos pensantes, críticos e capazes de lidar com esse novo universo de sentidos?" Portanto,
mais que um
recurso
disponível, a disponibilidade das ferramentas
tecnológicas, as redes e
comunidades de aprendizagem, podem promover transformação
no estado e nas
condições de quem lê e escreve nesse ambiente
online. Para tanto, penso que inclusão e
letramento digital implicam promover a inclusão de
crianças, jovens e adultos,
na leitura mundo e no mundo da escrita e que, ferramentas como o
Youtube, o Flicker, MSN, Twitter, o Blog e redes como o
Orkut, algumas dessas bloquedas em nossa Escola, deveriam ser liberadas
e usadas por professores e alunos, em todas as áreas do
conhecimento, como ferramentas construtivas na aprendizagem porquanto
são tecnologias que nos possibilitam transver o mundo,
fovorecendo a produção
e não a reprodução do conhecimento.
BIBLIOWEBGRAFIA VALENTE, J. A. O
computador na sociedade do
conhecimento. Campinas : NIED/UNICAMP, 1999 http://www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/sites_de_redes_sociais_e_educacao.html http://www.slideboom.com/presentations/84147/PROJETO-MIDIAS-NA-EDUCAÇÃO http://www.eca.usp.br/prof/moran/
- textos
utilizados e
publicações de José Moran
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