"Mexer" no computador não é tarefa difícil. Difícil é transformá-lo em procedimento vantajoso
 de aprendizagem tanto mais autêntica.

(O texto é de Pedro Demo /2000)
 
PROJETO: INFORMÁTICA PARA GOSTAR DE LER E ESCREVER MELHOR
Responsável: Prof. Jussara Fernandes Oleques
Ano: 2005

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Quando propomos o uso da informática por alunos com dificuldades no processo de Aprendizagem, aceitamos o desafio acima, proposto por Pedro Demo e entendemos:

         a)    Em relação ao uso do computador na Educação: O computador é entendido como uma ferramenta  educacional e  não como máquina de ensinar. (Valente, 1993);
         b)    Em relação à escola: A escola é um lugar de acolhimento afetivo, troca de construção para o sujeito.  (Weiss  e Cruz, 1999);
         c)    Em relação ao aluno: O aluno é um sujeito aprendente. O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. (Edgar Morin . 2000). Suas dificuldades estão relacionadas  a  problemas nessas estruturas, algumas, inclusive,  ocasionadas pelo processo de ensino fragmentado, como  a exemplo do mais freqüente em alunos com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, o  de não saber para  que serve a língua escrita e como ela funciona.
Não é à toa que a tecnologia promove mais autonomia entre os alunos. Com tantos recursos à disposição e com tantos objetivos a buscar, torna-se essencial saber definir o que é mais relevante em cada momento. Ao tomar decisões com consciência das suas necessidades, o aluno sempre acaba por desenvolver sua autonomia. E será que a autonomia dos alunos não é um dos objetivos mais importantes para se tentar atingir durante o processo educacional?


CONTEXTO
A EMEF Vila Monte Cristo, localizada em Porto Alegre, na rua Carlos Superti, nº 84, na Vila Nova, fone 32464659, atende em torno de 1300 crianças e adolescentes de 05 a 14 anos, num contexto de periferia da cidade. Dessas, 241 crianças  foram encaminhadas em 2004, pelos professores e Supervisão Escolar,  aos Laboratórios de Aprendizagem da Escola (LA) e à SIR, por apresentarem muitas  dificuldades de aprendizagem. A cada ano um grande número de alunos é encaminhado ao atendimento especial, sendo que muitos deles continuam apresentando dificuldades de aprendizagem até concluírem o III Ciclo, pelo que se observa no parecer descritivo e nas avaliações trimestrais no  II e III Ciclo. Ao mesmo tempo, o nº de horas dos profissionais que atendem o LA é insuficiente para a demanda.

JUSTIFICATIVA
A apropriação e o desenvolvimento do código escrito é um direito de todo cidadão, expresso em documentos   internacionais dos quais o Brasil  é signatário, na Constituição Federal, na Constituição Estadual, na LDB e no Estatuto da Criança e do Adolescente. De acordo com o Censo Demográfico sobre Educação do IBGE, 16,4 milhões de brasileiros de 10 anos de idade ou mais não sabem ler e escrever. Na Escola, os relatórios das avaliações trimestrais mostram que um número significativo de alunos apresenta defasagem no domínio do código escrito em relação à idade cronológica.

Sabemos que a principal característica dessas crianças compreende uma dificuldade de aprendizagem nos processos simbólicos: fala, leitura, escrita e aritmética. O principal papel da escola  não é mais o de mera transmissão de informações. Hoje, exige-se que ela desenvolva nos alunos a capacidade de aprender a aprender (pensar), o que subentende bom domínio da leitura e da escrita. Tal construção se dá pela participação do professor, criação de espaços coletivos para a ação comum,  pela utilização de multiplicidade de linguagens e de novos códigos. Como mais um recurso poderoso para interagir com a língua materna, instância fundamental do aprender, a informática constitui uma fonte rica para a apropriação e desenvolvimento do processo de construção da língua escrita. Ler e escrever bem exige o prazer de fazê-lo; portanto, a aprendizagem deve ser “sedutora”, tendo o “encantamento”,  a interação e a autonomia como parte do processo. Os recursos dos programas, os softwares, a Internet, e os jogos de alfabetização via informática favorecem sobremaneira a apropriação do código escrito com atividades que além de desafiadoras, portanto promotoras do pensar e do desenvolvimento da inteligência, são fonte de satisfação.

Com isso, reunimos a possibilidade do direito de ler e escrever com o lúdico do jogo e com a informática que é, para crianças e adolescentes, uma vertente de desafios, do estabelecimento de relações, de buscas, de autonomia, possibilita o confronto de hipóteses, de erros e acertos, para criar estratégias e descobrir soluções e é, sobretudo, um instrumento de aprendizagens. Edgar Morin, considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos, diz que "a tecnologia agiliza processos e, principalmente, a busca pelas informações; dessa forma, criam-se nos usuários novos tipos de percepção e ritmo".

Por tudo o que foi exposto, justifica-se que, além da intervenção de outros professores no LA, seja oferecida  a esses alunos oportunidade para interagir também com a tecnologia informática, construindo seu conhecimento na relação com o outro, além da simples  utilização a máquina.


OBJETIVO


ATIVIDADES

NOTA: Durante o ano letivo,  pretendemos aprender, com os  parceiros, outras atividades que oportunizem aos alunos atendidos a construção e o desenvolvimento da leitura  e da escrita simultaneamente à  apropriação dos recursos da informática, confirmando o LA como verdadeiro espaço de produção de conhecimento.

PÚBLICO
Atendimento experimental, com 10 horas, aos  alunos do II Ciclo com problemas na aquisição da linguagem escrita, encaminhados para atendimento no LA.


CRONOGRAMA
Enquanto não houver computadores para trabalharmos, simultaneamente,  com um grupo de cinco alunos, o atendimento acontecerá no dia da semana e no horário em que os grupos de B10 e B20 são atendidos pela professora Heloísa, até o dia em que cada aluno for dispensado do LLP por ter  progredido na aprendizagem, chamando-se, então, outro aluno que está na lista de espera.

PARCERIAS

RECURSOS MATERIAIS


AVALIAÇÃO
Será feita semanalmente, na reunião da equipe; trimestralmente, pelo coletivo dos professores do I e do II Ciclo durante a Avaliação das Turmas; semestralmente,  pelo coletivo dos professores da Escola durante a Avaliação dos Serviços da Escola e, durante o processo, pela observação direta das crianças durante as atividades de leitura-escrita, bem como pelos registros nas  fichas individuais das mesmas. 

BIBLIOGRAFIA  E WEBGRAFIA

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