Escravidão/racismo/quilombos/resistência





Escravidão

A substituição da mão-de-obra escrava indígena pela africana no Brasil colônia ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de 60 mil índios, entre os anos de 1562 e 1563. As causas eram doenças contraídas pelo contato com os brancos, especialmente os jesuítas: sarampo, varíola e gripe, para as quais não tinham defesa biológica. Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão-de-obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da produção açucareira, que assumia um papel cada vez mais importante na economia colonial. Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa, tornou-se necessária uma mão-de-obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já lidavam com essa atividade nas propriedades dos portugueses, no litoral da África, também como escravos.









Religião

A palavra candomblé é sinônimo de religião africana. Sempre foi e é usada ainda neste sentido. Isto explica muitas coisas. O africano foi arrancado de sua terra e vendido como uma mercadoria, escravizado. Aqui ele chegou escravo, objeto; de sua terra ele partiu livre, homem. Na viagem, no tráfico, ele perdeu personalidade, representatividade, mas sua cultura, sua história, suas paisagens, suas vivências vieram com ele. Estas sementes, estes conhecimentos encontraram um solo, uma terra parecida com a África, embora estranhamente povoada. O medo se impunha, mas a fé, a crença - o que se sabia - exigia ser expresso. Surgiram os cultos (onilé - confundidos mais tarde com o culto do Caboclo, uma das primeiras versões do sincretismo), surgiu a raiva e a necessidade de ser livre. Apareceram os feitiços (ebós), os quilombos.

Os trezentos anos da história da escravidão do africano no Brasil, atestam acima de tudo, a resistência, a organização dos negros. A cultura africana sobreviveu para o negro através de sua crença, de sua religião. O que se acredita, se deseja, é mais forte do que o que se vive, sempre que há uma situação limite. A religião, sua organização em terreiros, a resistência negra. Resistiu-se por haver organização. A organização consigo mesmo. Cada negro tinha, ou sabia que seu avô teve, um farol, um guia, um orixá protetor.No meio dos objetos traficados (os escravos) haviam jóias raras: Babalorixás e Iyalorixás. Estes sacerdotes, inteiros nas suas crenças, criaram a África no Brasil. A força se espalhou, o axé cresceu e apareceu na sociedade sob a forma dos terreiros de candomblé.

Podemos afirmar que a cultura do candomblé no Brasil, nasceu nas senzalas com a junção de povos(africanos)com seus costumes e crenças (orixás), provenientes de milhões de negros de diversos países e cidades africanas, trazidos (arrancados) de seus lares e de suas famílias para trabalharem nas plantações de cana e café das cidades baianas, cariocas e paulistanas, e posteriormente nos exércitos e fazendas de fronteiras do Rio Grande do Sul.









Racismo

A abolição da escravatura em 13/05/1888, orientada a partir dos interesses brancos, veio na verdade inaugurar uma nova situação de exclusão e subordinação para comunidade negra brasileira.

Não foi à toa que,concomitantemente à abolição, a elite de intelectuais brancos brasileiros buscou pensar a nova realidade do país por meio de teorias racistas,importadas da Europa.

O racismo no Brasil está cada vez mais formado, pois vem de geração-em-geração, uma idéia feita pelos pais, aonde é dito que a raça negra é mais inferior as outras. Isto é uma questão muito séria, aonde existem leis feitas para punir as pessoas que dicriminam, que pode levar a sérias punições. Racismo é crime!!









Quilombos - Resistência

Uma das maiores importantes formas de resistência à escravidão, os quilombos formaram-se em regiões de grande concentração de escravos, durante o período mais intenso do trafico. Embrenhados nas matas e terras virgens, os núcleos se transformavam em prósperas aldeias.

Quilombolas: habitantes dos quilombos.









20 de novembro: Dia nacional de luta contra a Discriminação Racial

Em junho de 1978, em um momento no qual se fortalecia a oposição civil contra o regime militar, é criado o movimento Unificado contra a Discriminação Racial (mucdr) reunindo várias organizações negras no país, como o grupo afro-latino-america, câmara do comércio afro-brasileiro, jornal abertura, jornal capoeira, entre outros.

Na reunião decide-se pela realização do histórico ato público contra o racismo (7/7/78) em protesto imediato contra a discriminação praticada no clube de regatas Fiete / São Paulo) e pela morte do trabalhador negro Robson Silveira da Luz, sob tortura policial.









Educação Cidadã, Etnia e Raça

"Educação, cidadania, etnia e raça mantém uma relação complexa. Será uma relação inclusiva? Ela aponta para aspectos mais profundos que envolvem o cotidiano, a prática e as vivências da população negra e branca do nosso país. Aponta, ainda, para os vínculos entre educação, vista como um processo de desenvolvimento humano, e a educação escolar entendida como espaço sócio cultural e instituição responsável no trato pedagógico do conhecimento e da cultura. Assim considerar educação, cidadania, ética e raça, direciono o meu olhar para escola brasileira e o tratamento que a mesma tem dado a história e a cultura de tradição africana."









A história do Brasil Negro:

Tambores bicentenários esquentam um arraial em Minas Gerais. Numa comunidade pobre do Rio, meninos tocam cuíca e louvam a tradução canto. Baianos, de guerra a 80 anos, batem paus panelas e dão nova vida ao maculelê e ao samba de roda nas ladeiras do pelourinho. Ao norte, no Recife, um grupo de maracatú de 140 anos faz tremer os paralelepípedos. Dançar, batucar e cantar sempre foram as mais usuais por menos reprimida ou mais abstrato formas de resistência dos negros brasileiros.









O Brasil é racista! Muito, mas demoramos para perceber durante bastante tempo. Acreditou-se que o Brasil era uma democracia racial no século XIX chegaram a dizer que a escravidão por aqui era mais branda ao que o trabalho assalariado na Inglaterra




Os seres humanos têm antepassados comuns. Mas alguns grupos, vivendo distantes de outros por muito tempo, desenvolveram características de pele, olhos, lábios, altura e cabelo, por exemplo, que fazem deles pessoas assemelhadas entre si, mas mas diferentes de outros grupos. Basicamente, isto cria as raças.




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