Línguas


IORUBÁ E BANTU

A lingua mais falada no Candomblé no Brasil é o Iorubá. Exemplos de palavras da língua falada no Brasil são fé, acarajé, jabá (carne-seca) e axé. Mas há mais palavras de origem Bantu em português,como cafuné, dengo, calango, macaco, canjica, samba, inhaca, jiló, ginga, moleque, xodó, zangado, zum-zum. Isso porque na época da colonização os grupos bantu eram mais numerosos no Brasil.




O PORTUGUÊS E AS LÍNGUAS AFRICANAS

Nina Rodrigues, a primeira a estudar as línguas e dialetos africanos no Brasil, afirma que "as línguas africanas faladas no Brasil sofreram grandes alterações, já com a aprendizagem do português por parte dos escravos, já com a língua africana adotada como língua geral pelos negros escravos.

Bantu é um conjunto de mais de 400 idiomas pertencentes a família de línguas Niger-Congo. São falados idiomas Bantu em todos os países da África ao sul do Saara. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas falem os idiomas Bantu.

O contato entre a língua portuguesa e as línguas africanas no Brasil não chegou a produzir uma língua crioula estável (como ocorreu nas Guianas e no Caribe, onde a língua crioula é oficial), mas promoveu uma série de mudanças nas variedades de língua portuguesa faladas no país, sobretudo nas camadas populares da zona rural.




LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL

A presença de línguas africanas no Brasil está diretamente associada ao tráfico de escravos que, por mais de três séculos sucessivos, de 1502 a 1860, introduziu no país por volta de 3.600.000 africanos, de origens diversas: Sudaneses da região situada ao Norte do Equador (ciclo da Guiné, século XVI); Bantos ao Sul do Equador (ciclo do Congo e de Angola, século XVII); Sudaneses da Costa Ocidental (ciclo da Costa da Mina e ciclo da baía do Benim, início do século XVIII); no século XIX, chegam escravos de todas as regiões, predominando os originários de Angola e Moçambique. Não se pode precisar o número das línguas que aqui chegaram, mas sabe-se que na área atingida pelo tráfico são faladas por volta de 200 a 300 línguas, uma pequena parcela do conjunto lingüístico africano que conta com mais de 2000 línguas.

No século XX não se localiza nenhum registro sobre línguas africanas plenas no Brasil, visto que desde o final do século anterior elas passam a manifestar-se como línguas especiais, utilizadas como códigos por grupos específicos, seja como língua ritual nos cultos afro-brasileiros, seja como língua secreta marca de identidade de descendentes de escravos, em comunidades negras, os Quilombos.

As línguas africanas, marcadas pela ruptura causada, pela ecravidão nas Américas, encontraram-se, no Brasil, com outros contatos lingüísticos com o português, as línguas indígenas e outras línguas africanas, ocorreram de forma diferenciada, nas diferentes épocas e nos diferentes ambientes (urbano e rural).




O número de línguas independentes faladas pelos povos do continente Africano é enorme. Em algumas partes da África são faladas, em áreas relativamente pequenas, muitos e muitas línguas diferentes entre si.




Dominava-se nagô ou anago a um povo do reino de Queto, na África Ocidental, numa região atualmente localizada em Benim, de onde vieram numerosos africanos escravos para o Brasil. A língua usada nos cultos afro-brasileiros considerados nagô não corresponde, a uma língua africana conservada na sua pureza, uma vez que as comunidades afro-brasileiras foram constituidas por povos de etnias, línguas e dialetos diversos como jeje, ijeja, mussaramin (malé),dentre outros.

Vale lembrar que outras línguas são usadas nas religiões Mina e Congo-angolanas no Brasil e elas são referentes as línguas dos povos que predominaram nas localidades onde hoje essas religiões são praticadas, especialmente em São Luis do Maranhão e Rio de Janeiro. Essas outras línguas de uso religioso passaram por processo de transformação semelhantes e não são puras línguas africanas.

Ao longo do tempo estas línguas transformaram-se. Enquanto os descendentes dos africanos que vivem no Brasil usam estas línguas, os povos africanos, sob a influência de seus vizinhos e dos colonizadores europeus, tiveram as línguas locais mudadas sobre outras circunstâncias.




A PRESENÇA DAS LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL HOJE

Os cultos do Candomblé das diferentes nações (Nagô-quetu, Jeje, Angola) utilizam diversas línguas: iorubá, em todos os cultos e principalmente na nação Nagô-quetu, Ewe-fon, nos cultos Jeje, Quimbudu e Quicongo. No candomblé de Angola, no Maranhão, no Tambor de Mina, há um misto de língua Mina-nagô. Nos cultos de Umbanda, religião brasileira formada do encontro de cultos africanos e tradições indígenas com o espiritismo e o catolicismo, fala-se português brasileiro "popular", com vocabulário particular, próprio das "entidade". As línguas africanas, utilizadas hoje ritualmente, mantêm-se como veículo de expressão dos cânticos, saudações e nomes dos iniciados, principalmente, podendo também servir como meio de comunicação entre alguns adeptos da mesma comunidade de culto.




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