SEXUALIDADE INFANTIL
TEXTO - 1

POR QUE OS MENINOS SÃO DIFERENTES

 

Nos últimos 15 anos estudos científicos têm finalmente provado que meninos se “conectam” diferente das meninas.  

1. Imagens de ressonância magnética revelam que os processos neurológicos não são iguais em cérebros de homens e mulheres. O cérebro de um menino “reflete” diferente que o de uma menina. Estas diferenças começam longo após o nascimento.

 

Testosterona  

2. Até seis ou sete semanas depois da concepção, todos os embriões são tecnicamente “fêmeas”. Nesse ponto, a testosterona "banha" os embriões que herdaram um cromossomo “Y” (masculino). Este banho hormonal altera a estrutura do cérebro de muitas formas e muda sua cor. As conexões entre os dois hemisférios do cérebro são realmente separadas. Como resultado, meninos têm um tempo mais longo integrando e articulando o que eles conhecem, sentem e crêem.  

3. Na puberdade a testosterona inunda novamente o corpo do menino e daí para frente transforma-o fisicamente em um homem. O que muitas pessoas não percebem é que a testosterona continua a influenciar o homem em todos os seus pensamentos e ações. Dr. James Dobson diz que “O estrógeno age nas mulheres da mesma forma que a testosterona age nos homens”.Homens e mulheres têm ambos os hormônios, mas em níveis bem diferentes. Essa diferença continua a nos afetar ao longo da vida.  

4. Nossas ações e papéis podem elevar ou deprimir nossos níveis hormonais. Por exemplo, estudos mostraram os níveis de testosterona subirem nos atletas antes de iniciarem uma competição. Os níveis de hormônio determinam nossas ações. A Testosterona em particular canaliza o interesse masculino para corridas de carro, futebol, hóquei, armas, lutas, etc. Muitas mulheres também apreciam essas atividades, mas são menos preocupadas ou obcecadas com elas.

 

Serotonina 

5. Meninos e meninas, homens e mulheres também têm diferentes quantias do hormônio serotonina. Se a testosterona é a gasolina que movimenta o cérebro, a serotonina diminui a velocidade e ajuda a guiá-lo. Normalmente as mulheres têm mais serotonina que os homens. A falta de serotonina pode ocasionar que meninos e homens sejam mais agressivos, violentos, deprimidos ou suicidas.  

Amídala  

6. A amídala é uma porção do cérebro que funciona como um “computador emocional”. É a porção do cérebro que lembra que de uma posição de temerosos podemos experimentar e reagir para novas situações. Reagir - não pensar ou raciocinar. Alguns níveis baixos de serotonina e ou altos de testosterona nessa mistura é uma boa receita na hora de enfrentar dificuldade. Talvez por isso a amídala é maior nos homens que nas mulheres.

 

Os meninos brincam com brinquedos diferentes 

Quase todo filho sabe que é verdade: Os meninos brincam com brinquedos diferentes dos das meninas. Até os anos 70 esta idéia não tinha sido seriamente questionada.

Então Marlô Thomas, Gloria Steinem e outras feministas propuseram uma tese radical (sem apoio científico): meninos e meninas são exatamente iguais com exceção de seus órgãos reprodutivos. Esta idéia foi defendida em best-sellers e também por apresentadores como Phil Donahue e outros anfitriões de programas de entrevistas de TV. Foi também discutida por professores e profissionais "que deviam saber um pouco mais”, diz Dr. James Dobson.

Durante os anos 70 e 80 fabricantes de brinquedos foram pressionados para fazer brinquedos “unissex” - isto é, não especificamente para meninos ou meninas, mas para ambos os sexos.

Assim como outras companhias, a Toys "R” US tentou fazer essa “aproximação de gênero neutra" em marketing de brinquedos, sem sucesso. Depois de estudar mais de 10.000 clientes, a Toys "R” US descobriram o que nós devíamos ter sempre conhecido: os meninos e meninas estão interessados em tipos diferentes de brinquedos!

Mesmo quando os meninos brincam com brinquedos de meninas, eles o fazem de maneira diferente. Deixe dois garotos brincarem com uma casa de bonecas, por exemplo, e eles terão atirado a carruagem de bebê e a mobília para fora do telhado num instante. Os brinquedos da Hasbro descobriram isto ao tentarem projetar uma casa de bonecas “unissex”  alguns anos atrás.

Os meninos tomarão qualquer brinquedo - ou objeto - e farão dele uma arma de guerra. Isto continua verdade ainda que seus pais tentem protegê-los das influências do cinema, da TV mostra ou publicações sobre armas.

 

Os meninos crescidos também são diferentes 

Com 10a 20 vezes mais testosterona, os homens penderão mais provavelmente para o poder, estado, fama e riqueza.

Todos os 43 presidentes dos Estados Unidos foram homens.

Quase 90 por cento dos senadores dos EUA de hoje são homens.

Mais de 98 por cento dos principais executivos das grandes corporações são homens.

As feministas gostam de citar em suas estatísticas e reivindicações que isso ocorre porque o patriarcado e a discriminação prevalecem em nossa cultura.

“A mais provável explicação, porém, é bioquímica e anatômica,” diz o Dr. James Dobson.

As estatísticas parecem sugerir que os homens são superiores às mulheres? Não! Os sexos são simplesmente diferentes. As diferenças nunca deveriam ser usadas como uma desculpa para humilhar as mulheres. Ao contrário, precisamos ensinar os meninos a ser respeitoso para com mulheres e meninas, nunca agredir ou tomar algo de uma menina, ser autodisciplinados e dispostos a compartilhar, ser corteses e atenciosos.

De acordo com a Bíblia, homens e mulheres foram feitos à imagem de Deus. Isso é exatamente para refletirem mais completamente o caráter de Deus. Ele nos criou, porém, macho e fêmea. Ou seja, com suas diferenças.

Dr. James C. Dobson

 

TEXTO - 2

Sexualidade infantil

 

Não existe brinquedo de menino ou menina

Se a sua filhota já pediu um carrinho de presente ou se você já flagrou o seu filho brincando com a boneca da irmã, não se assuste! É normal que os pequenos queiram experimentar aqueles brinquedos que, teoricamente, não são apropriados para eles.

A questão é que isso tudo vai muito além de uma simples brincadeira: envolve a sexualidade da criança. E os pais e educadores devem saber como lidar com essas situações para não prejudicar a formação dos pequenos.

É muito comum ver pais reprimindo a vontade de seus filhos. Se uma menina gosta de jogar futebol ou está sempre brincando com moleques, isso não significa que ela vai se tornar uma mulher masculinizada, ou no caso inverso, que o menino vai ficar afeminado.

Quando a criança age assim, ela está apenas descobrindo algo novo, explorando, e isso faz parte do desenvolvimento natural deles.

Na educação sexual, os pais devem sempre se policiar para não autorizar ou proibir brincadeiras e atitudes baseados em “coisas de menina e coisas de menino”. Do mesmo modo, determinar que elas devem usar rosa e eles azul, está totalmente ultrapassado, segundo alguns psicanalistas. Eles acreditam que isto é apenas uma questão de gênero. Afinal, quem determinou que deveria ser desta forma?

As crianças devem, claro, ser orientados pelos pais. Mas é essencial que tenham livre arbítrio para fazer suas escolhas. Essa diferença na criação de meninos e meninas só cria uma expectativa nos pequenos quanto ao papel que devem assumir e impede que se desenvolvam normalmente.

Os adultos devem lembrar que meninos e meninas têm algumas diferenças, mas têm inúmeras semelhanças. Há muitos tabus em torno disso que precisam ser quebrados. Um deles, é que menino não deve chorar.

Em primeiro ligar, é preciso que os adultos compreendam que essa história que “meninas devem ser deste jeito e meninos daquele”, nem sempre é verdade. E essa mesma idéia deve ser transmitida para seus filhos, para que eles aprendam a conviver juntos e aceitar as pequenas diferenças.

Para quem precisa de uma ajuda reforçada para entender e aceitar as diferentes entre garotos e garotas, uma boa leitura é o livro Menino brinca de boneca?, de Marcos Ribeiro. Ele é dedicado à reeducação das crianças e aos seus papéis na sociedade, em função de seus sexos.

Paula Ramos Franco

 

TEXTO - 3

Sexualidade Infantil

Psicóloga Nina Eiras Dias de Oliveira

A educação sexual acontece primordialmente no contexto da família onde a criança está inserida. Muitos pais preferem nem tocar no assunto. Outros super estimulam as crianças, achando engraçadinho ver crianças de 1, 2, 3 anos beijarem na boca, ao som de frenéticas risadinhas, ou indagações do tipo: "Quem é seu namorado?" As meninas vestem micro saias, ou micro shorts, os meninos são empurrados a desejar modelos como Tiazinha, Carla Perez, Feiticeira, etc.
A geração anterior era muitas vezes punida e repreendida caso mencionasse ou quisesse saber alguma coisa a respeito de sexualidade. A atual é bombardeada pela estimulação precoce à erotização.


Há os que acreditam que só estão lidando com a sexualidade a partir do momento em que ela é falada, seja através de informações ou explicações a respeito. Mas onde inicia então esta relação? Quando a mãe e o pai cuidam do bebê, brincam com este, na maneira como se relacionam com ele, ao mesmo tempo em que o casal vive umas relações afetivas, gratificantes ou não, quando os limites de cada papel e relação ficam bem definidos e marcados, quando a criança pode concluir que amar é ou não possível, está recebendo educação sexual.
Quando se pensa em educação sexual na infância, automaticamente tem que se pensar, também, em desenvolvimento emocional, isto é, tem que se levar em conta o nível de maturidade e as necessidades emocionais da criança.
É importante que as questões da criança tenham espaço para serem colocadas e respondidas com clareza, simplicidade, na medida em que esta curiosidade vai se dando. Ás vezes, alguns pais querem se livrar logo do assunto e na ansiedade disparam a falar além da necessidade da criança, na tentativa muitas vezes frustrada de que nunca mais vão precisar falar sobre o assunto. Quando uma criança pergunta, por exemplo, como o bebê foi parar na barriga da mãe não quer dizer que ela queira ou agüente saber detalhes com relação ao ato sexual dos pais. Responder a criança de maneira simples, clara e objetiva satisfaz sua curiosidade. A satisfação dessas curiosidades contribui para que o desejo de saber seja impulsionado ao longo da vida, enquanto que a não satisfação ou o excesso de informações gera ansiedade e tensão.


A sexualidade infantil é diferente da sexualidade adulta, não contém os mesmos componentes e interesses. Muitas vezes através da dramatização, a criança compreende, elabora, vivencia a realidade que vive. Compreende papéis (mãe, pai, filho, homem, mulher, etc.), embora muitas vezes já se perceba menino ou menina e já conheça seus órgãos genitais, experimenta na brincadeira sexos indiferentemente.
Perdeu-se hoje, de uma forma geral, a noção do que é pertinente a criança. Vejo com freqüência adultos se dirigirem a criança como se estivessem se dirigindo a adultos em miniatura. Não sabem como se aproximar delas, sobre o que falar e de que maneira.


Ao ouvirem uma criança se referir a outra como sendo seu namorado entendem isto dentro do parâmetro de adulto, às vezes desesperando-se, às vezes estimulando, poucos lidam com este dado na dimensão do contexto e por quem ele é apresentado.


Acompanho no consultório crianças que, super estimuladas, encontram na erotização a única forma de se relacionar. O afeto é erotizado e os movimentos, a vestimenta e a maneira como se comportam, tem o sentido de provocar uma relação erotizante. Apresentam, portanto, distorção em sua capacidade de sentir, pensar, integrar, conhecer e de relacionar, pois são estimuladas a dar um salto para as sexualidades genitais, que não têm condições emocionais, biológicas e maturidade de realizar, desapertando, muitas vezes, alto nível de ansiedade e depressão.

 
TEXTO - 4

Três ensaios sobre a sexualidade - Freud

A psicanálise elimina os sintomas dos histéricos partindo da premissa que tais sintomas são um substituto - uma transcrição, por assim dizer - de uma séria de processos, desejos e aspirações investido de afetos aos quais, mediante um processo psíquico especial (o recalcamento), nega-se a descarga através de uma atividade psíquica passível de consciência.

Assim, essas formações de pensamento que foram retidas num estado de inconsciência aspiram a uma expressão apropriada a seu valor afetivo, a uma descarga, e, no caso da histeria, encontram-na mediante o processo de conversão dos fenômenos somáticos - justamente os sintomas histéricos.

Pela retransformação sistemática (com ajuda de uma técnica especial) dos sintomas em representações investidas de afeto já agora conscientizadas, fica-se em condições de averiguar com a máxima precisão a natureza e a origem dessas formações psíquicas antes inconscientes.