MEDOS NA INFÂNCIA

TEXTO - 1

Medo na infância

Se existe uma fase do desenvolvimento infantil em que é normal a criança demonstrar medo (do escuro, de animais, etc.), o grau em que este se vai manifestando na sua vida diária depende da forma como os adultos mostram e explicam (ou deixam por explicar) o mundo à criança.

 

Por exemplo, existem pais que vêem perigo em tudo o que rodeia a criança e que esta não pode mexer um braço ou uma perna que eles já estão a gritar "Cuidado!". Esta forma de agir mostra à criança que o mundo é um local inseguro e ameaçador.

  

Por outro lado, existem pais que não deixam a criança experimentar a sua autonomia, que lhe dizem que ela não deve, não pode e/ou não sabe fazer. Com esta atitude retiram-lhe todo o prazer de descobrir novas situações, novos objetos, novos comportamentos, e transmitem-lhe que ela não é capaz de realizar nada como deve ser. Já não é o mundo que é um local ameaçador, a criança é que é incapaz de lidar com ele.

  

A última forma de agir tem danos maiores para a auto-estima, mais diretos e rápidos, enquanto que a primeira bloqueia o desenvolvimento da criança e a exploração que esta faz do mundo, sendo conseqüentemente afetada a sua auto-estima, mas por falta de experimentação.

 

TEXTO - 2

O medo...     O que fazer?

Alarme

O medo é uma reação natural, quando nos encontramos em situações que podem tornar-se perigosas. O suor, o aumento do ritmo cardíaco e respiratório, a tensão muscular, etc., preparam-nos para reagir perante uma situação inesperada. As crianças, quando sentem medo ou temor de alguma coisa, reagem chorando ou gritando. Desta forma chamam a atenção dos adultos, que são os que se encarregarão de fazer frente a um possível perigo.

A reação dos adultos é muito importante para elas, visto que eles são o modelo a seguir.Assim, elas vêem que diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, tais como um petardo ou um trovão, os adultos estão tranqüilos e chegam mesmo a rir-se: vêem que não se trata de um perigo terrível, de modo que podem acalmar-se, porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reações proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.

Lista de medos

Cada criança é única; por isso, as coisas que assustam as crianças e a idade em que cada medo se manifesta variam muito de criança para criança, e até mesmo de uma cultura ou esfera social para outra. Ainda assim, registra-se uma relação muito generalizada entre a idade e o aparecimento de determinados medos. A lista seguinte pode servir como orientação:

Até à idade de um ano, as crianças pequenas têm medo dos estímulos intensos e de tudo o que é desconhecido para elas, como, por exemplo, as pessoas. O medo das pessoas desconhecidas, em geral, diminui até ao ano e meio de idade.

Entre os 2 e os 4 anos surge o medo das trovoadas, dos animais e das catástrofes. Essa também costuma ser a idade em que as crianças começam a ter medo do escuro, medo esse que normalmente desaparece até aos nove anos.

Entre os 4 e os 6 anos aparece o medo dos monstros imaginários, como as bruxas e os fantasmas e o medo da separação dos pais.

Entre os 9 e os 12 anos os medos distintos estão mais relacionados com as coisas do quotidiano, tais como os acidentes, as doenças, os conflitos com os pais, o insucesso escolar, etc.

Que podemos fazer para prevenir o medo

É muito importante vigiar o tipo de modelo que representamos diante das crianças, uma vez que este é o primeiro exemplo de comportamento que elas conhecem. Face a um perigo real, há que educá-las para que sejam prudentes, evitando contudo a super proteção. A aprendizagem pode comportar um certo grau de temor: conhecer gente nova, aproximar-se de um animal desconhecido, subir umas escadas especialmente altas… Diante de qualquer situação desconhecida, a criança pode sentir um pouco de medo. É enfrentando esse temor que se aprende e se assume que se é capaz de o dominar. Por outro lado, é muito importante não utilizar o medo como ferramenta educativa: ameaçar uma criança com um monstro que virá se ela não se portar bem, fechá-la num quarto às escuras, etc.

O que devemos fazer face ao medo

Quando uma criança se sente atemorizada, devemos evitar rir-nos dela ou do seu medo. Há que desdramatizar a situação, mas tendo sempre em atenção que isso está a assustar a criança. Não devemos compará-la com outras crianças que não têm medo, nem falar diante de terceiros dos medos da criança e de como isso nos preocupa. Também não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme, nem ameaçá-la e lembrar-lhe o seu medo. Ao fim e ao cabo, não temos que dar uma importância excessiva ao medo infantil, mas devemos, isso sim, respeitar o que a criança sente e evitar ridicularizá-la sozinha ou em frente de terceiros.

 

TEXTO - 3
Medos e Fobias

 É natural que toda criança tenha algum temor na infância. Existe um diferença significativa entre medo e fobia. O medo é um sentimento natural, e até de extinto de sobrevivência; a fobia podemos designar como um sentimento patológico e um temor sem sentido.

É importante que os pais dêem atenção necessária aos filhos, e sobretudo não subestimem os temores do seu filhote. A conversa calma e frontal é a melhor saída para identificar o que se passa com o seu filho.

O importante também é não cultivar ameaças ao bebe, ou a criança do gênero: ‘Se tu não comeres a bruxa vem te pegar’.  Outro dia, estava eu num estabelecimento comercial, quando entra uma mãe com o seu filho de 2 anos e 8 meses no carrinho. O miúdo queria sair do carrinho, e ir ao chão, e a mãe respondia-lhe que não podia; quando de repente ele passou a repetir incessantemente: - Não pode, homem mau dá tau tau’.

O pobrezinho repetiu esta frase mais de 30 vezes consecutivas, fiquei com pena da criança. Parecia-me traumatizada e com muito medo do “homem mau”. Citei este fato como exemplo, pois isso não se deve fazer com a criança. Não é assim que conseguirá educá-la e impor-lhe limites.

 

TEXTO - 4

Medos e Fobias da Infância

 

Inicialmente é importante  salientar que existe a diferença entre medo e fobia, ainda que muitas vezes haja uma confusão entre ambos.O medo é uma reação ansiosa face a situações de perigo, é uma emoção normal e que todo ser humano sente em dada altura da vida.

Cerca de 50% das crianças sentem algum tipo de temor, sendo que em especial as meninas são as que mais se ressentem, comparado aos meninos. Isso não significa que os meninos não sejam afetados também. Os meninos também sentem, embora sejam mais reservados quanto a expressá-los claramente aos pais.O medo é uma emoção saudável, visto que aparece quando nos sentimos em perigo, isso aumenta nosso potencial de sobrevivência, sem o medo seria difícil perpetuar a espécie humana, sendo que sem ele nos atiraríamos com freqüência em situações caóticas.

Referindo-se a fobia, esta é um medo patológico, especifico, intenso e desencadeado por uma situação que normalmente não apresentaria qualquer perigo. Há inúmeras fobias, como medo de aranhas, alturas, água, lugares fechados, etc. A vida de um fóbico é complicada, pois por vezes a fobia que ele tem passa a se tornar um sério empecilho para que ele possa ter uma vida normal.

Ao longo de nossa infância, surgem medos variados, e a medida em que vamos crescendo e amadurecendo a nível cognitivo e neurológico, estes medos tendem a desaparecer. O problema é quando alguns destes medos, se tornam em fobias, o que poderá abalar o crescimento saudável da criança, abalando sua auto confiança, auto estima, etc.Na escola a criança se sentirá insegura, tornando-se mais frágeis, pela constante angustia que sentem, quer seja pela ausência dos pais, ou alguma prova, ou apresentação de trabalhos para os colegas.

É essencial que os pais prestem atenção em seu filhos, e aprendam principalmente a ouvi-los, a ter um diálogo freqüente em casa. Educadores também tem papel importante na identificação das fobias, já que por vezes em casa elas podem não se manifestar com tanta freqüência por estarem na segurança do lar. Assim sendo em conjunto com os pais, os educadores poderão encontrar soluções para o caso da criança afetada pela fobia.

Respeite os medos do seu filho.

Não subestime os sentimentos e medos do seu filho, aprenda a aceitá-los de uma forma natural, encarando como uma fase natural de crescimento, conseguindo assim assegurar um crescimento sadio ao seu filho. Não alimente medos infundados, não ameace seu filho com frases do gênero: ‘ Se não te portares bem, a bruxa virá pegar-te', este tipo de atitude poderá gerar medos intensos, que poderão se tornar em fobias no futuro.Lembre-se sempre, seja exemplo de boa educação, muitos medos são adquiridos pela má educação dada em casa.

Medos mais comuns segundo as idades:

0/6 Meses

Perda da figura de referencia (Mãe)

Medo de barulhos Intensos

7/12 Meses

Medo de Pessoas Estranhas

Imprevistos e Barulhos Intensos

1º Ano de Vida

Estar longe dos pais

Pessoas Estranhas

2º Ano de Vida

Barulhos

Animais

Escuro

3º e 4º Ano de Vida

Escuro

Animais

Estar longe dos pais

5º Ano de Vida

Animais

Pessoas Más

Dor Física

6º Ano de Vida

Bruxas e Monstros

Tempestades

Ficar Sozinho

Dormir no Escuro

7º e 8º Ano de Vida

Seres Sobrenaturais

Escuro

Ficar Sozinho

Filmes

Dor física

9º ao 12º Ano de Vida

Exames Escolares

Professores

Reprovações

Ser gordo

Ser diferente dos colegas

Morte

Separação dos Pais

12º ao 18º Ano de Vida

Perda da Auto-Estima

Aparência física, ser feio, magro, gordo...

Medo de Errar

Medo de ser rejeitado